"Hoje vou falar com o presidente Trump", disse o chefe do Kremlin durante um discurso no fórum "Ideias Sólidas para Novos Tempos", transmitido pelas agências de notícias russas Ria Novosti e TASS.
Entretanto, o Presidente dos Estados Unidos confirmou a chamada telefónica através de uma publicação na sua rede social, Truth Social, adiantando que esta ocorreria às 10h00 em Washington (15h00 em Lisboa).
O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, foi questionado hoje sobre se Putin planeava falar com Trump por ocasião do Dia da Independência dos Estados Unidos (EUA), a 04 de julho, e respondeu que o Kremlin o informaria se essa conversa tivesse lugar.
Ao mesmo tempo, Peskov disse que a agenda de Putin para hoje incluía uma "chamada telefónica internacional".
O próprio Trump anunciou, no final de junho, que tencionava voltar a falar com Putin, com quem já teve cinco chamadas telefónicas este ano.
O líder norte-americano reconheceu, na altura, que a resolução da guerra na Ucrânia se revelou mais complexa do que o esperado.
Esta conversa entre os dois líderes terá lugar pouco depois de Washington ter decidido suspender algumas remessas de armas para a Ucrânia, na sequência de uma revisão das suas despesas militares, algo saudado por Moscovo.
"Quanto menos armas forem entregues à Ucrânia, mais próximo estará o fim da operação militar especial", disse Peskov na quarta-feira, ao mesmo tempo que defendeu que os Estados Unidos tomaram esta decisão por terem "os arsenais vazios".
Esta semana, Putin também falou com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, pela primeira vez em quase três anos.
O telefonema anterior entre os líderes norte-americano e russo teve lugar a 14 de junho, coincidindo com o 79.º aniversário do Presidente dos Estados Unidos, em que foram discutidas temáticas como a situação no Médio Oriente e as negociações de paz na Ucrânia.
Durante a conversa, com a duração de 50 minutos, Putin informou Trump sobre a aplicação de acordos durante as negociações de paz em Istambul entre as delegações russa e ucraniana, incluindo a troca de prisioneiros de guerra.
Depois das negociações de Istambul, a Rússia tem registado alguns avanços no território ucraniano e tem atingido Kiev com bombardeamentos.
Desde o início da guerra, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.
A guerra já causou dezenas de milhares de mortos civis e militares de ambos os lados, segundo a AFP.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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