Setor da segurança queria ajudar Ucrânia. Chefe de gabinete de Trump não
Os principais assessores presidenciais norte-americanos para a segurança nacional eram unânimes na consideração de que a assistência militar à Ucrânia não deveria ser interrompida, mas o chefe de gabinete do Presidente dos EUA, Donald Trump, pensava o contrário.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
A informação foi divulgada hoje e consta do depoimento de Laura Cooper, uma dirigente do Departamento de Defesa, que testemunhou no Congresso no quadro da investigação para a destituição do Presidente norte-americano.
"A minha opinião é a de que todos os principais líderes dos departamentos e das agências de segurança nacional dos EUA estão unidos na perspetiva de que esta assistência é essencial", disse. "E estão a tentar encontrar uma forma de comprometer o presidente com isto", acrescentou.
O testemunho de Cooper estava entre as várias centenas de páginas de transcrições de depoimentos divulgadas hoje, juntamente com os dos dirigentes do Departamento de Estado Catherine Croft e Christopher Anderson.
Laura Cooper disse aos congressistas que, durante uma série de reuniões na Casa Branca, em julho, ela concluiu que o chefe de gabinete de Trump, Mick Mulvaney, estava a reter a ajuda militar dos EUA à Ucrânia.
Quando, com outros, procurou obter uma explicação, nada lhe foi explicado.
A dirigente apontou que era "anormal" ter a entrega de fundos atribuídos pelo Congresso interrompida desta forma abrupta, o que levou os assessores a levantarem dúvidas sobre a sua legalidade.
Cooper afirmou aos congressistas que foi visitada em agosto por Kurt Volker, o enviado dos EUA para a Ucrânia, que lhe disse que era preciso que o governo ucraniano fizesse uma "declaração" para receber a ajuda em causa.
Esta foi a primeira vez que ela ouviu informação relacionada com o 'quid pro quo' (troca de favores), que está agora no centro da investigação para a destituição de Trump.
Esta troca de favores é relativa à pressão de Donald Trump sobre o seu homólogo ucraniano para que investigasse os seus rivais políticos, nomeadamente o ex-vice-presidente Joe Biden, sob pena de arrastar a entrega de ajuda militar.
"De alguma forma, um esforço em que ele [Volker] estava envolvido para ver se havia uma declaração que o governo da Ucrânia deveria fazer", afirmou Cooper, que trabalha no Departamento de Defesa. Declaração esta, acrescentou, que "desautorizasse qualquer menção a interferências nas eleições norte-americanas" de 2016, que Trump ganhou.
A Câmara dos Representantes dos EUA está a investigar se Trump violou o seu juramento de tomada de posse ao pressionar o presidente ucraniano a investigar os democratas, enquanto suspendia a entrega de fundos para a assistência militar ao estado do leste europeu.
Cooper detalhou a Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, dizendo que envolvia uma série de itens como óculos de visão noturna, veículos, espingardas e equipamento médico.
"A assistência de segurança é vital para ajudar os ucranianos a defenderem-se a si próprios", disse Cooper.
Uma vez que a Ucrânia e a Geórgia são "dois Estados da linha de frente", que enfrentam a agressão russa, os EUA devem "apoiar as capacidades destes países em se defenderem a si próprios", reforçou a dirigente do Departamento de Defesa.
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