Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro informou que o diplomata em questão, que assume o posto de primeiro secretário da embaixada da Rússia na capital búlgara (Sófia), já tinha sido convocado para regressar a Moscovo.

No entanto, um dia depois, a diplomacia búlgara constatou que o representante russo ainda permanecia no país.

Como tal, "uma nota segundo a qual o diplomata russo deve deixar a Bulgária dentro de um prazo de 24 horas foi entregue ao embaixador russo" hoje de manhã, anunciou o ministério búlgaro num comunicado.

O Ministério Público búlgaro divulgou na segunda-feira que este cidadão russo, nomeado primeiro secretário da embaixada russa em Sófia em setembro de 2018, recolhia informações classificadas com o intuito de partilhá-las com países terceiros.

"Conspirava regularmente com cidadãos búlgaros, incluindo com um alto funcionário com acesso a informações classificadas da Bulgária, da União Europeia e da NATO", avançou o Ministério Público, precisando que nenhuma acusação formal poderá ser apresentada contra o diplomata russo, uma vez que goza de imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961).

Sófia mantém tradicionalmente relações políticas e económicas estreitas com Moscovo.

Mas, em setembro passado, o Ministério Público búlgaro indiciou um ex-deputado socialista por práticas de espionagem favoráveis ao Kremlin (Presidência russa).

A justiça búlgara suspeita que o ex-deputado terá colaborado com um antigo membro dos serviços de informações russos, mas também como o milionário russo Konstantin Malofeev, cujo nome consta na lista de pessoas sujeitas a sanções europeias.

Bruxelas encara Konstantin Malofeev como um dos principais financiadores dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, envolvidos há mais de cinco anos num conflito militar naquela região.

Leia Também: "Tenho pena que a Bulgária seja representada por estes idiotas"