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Libertado empresário ligado a corrupção nos JO do Rio de Janeiro

O empresário brasileiro Arthur Soares Filho, envolvido num escândalo de corrupção nos Jogos Olímpicos de 2016, detido na sexta-feira na cidade norte-americana de Miami, foi libertado pouca horas depois, avançou a imprensa local.

Libertado empresário ligado a corrupção nos JO do Rio de Janeiro
Notícias ao Minuto

09:44 - 26/10/19 por Lusa

Mundo Crime

Com mandado de prisão em aberto no Brasil, desde 2017, o empresário brasileiro conhecido como 'rei Arthur' foi detido na sexta-feira em Miami, ao tentar renovar o seu passaporte.

Arthur Soares estava foragido desde 2017 e constava da lista de procurados da Interpol - Organização Internacional de Polícia Criminal -, segundo o portal de notícias G1.

Entre outros crimes, o brasileiro é acusado de estar envolvido na compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A detenção em território norte-americano, levada a cabo pelo Departamento de Imigração dos Estados Unidos da América (EUA), aconteceu porque, para além do nome do empresário constar na lista de procurados da Interpol, faltavam também documentos para a renovação do seu visto.

Contudo, e apesar de ter um mandado de prisão a decorrer no Brasil, a defesa de Arthur Soares acabou por entregar todos os documentos exigidos para a renovação do visto e o Departamento de Imigração acabou por libertar o empresário, que seguiu para a sua residência.

Em comunicado, a defesa do empresário afirmou que houve um "equívoco burocrático" que foi "devidamente sanado".

"Arthur Soares encontra-se em casa", lê-se no texto ao qual a imprensa brasileira teve acesso e no qual se nega que 'rei Arthur' seja um "foragido".

Segundo o procurador brasileiro Stanley Valeriano, o empresário tem a alcunha de 'rei Arthur' porque, "ao longo de muitos anos, teve os maiores contratos com o estado do Rio de Janeiro. Isso possibilitou-lhe arrecadar um património milionário, talvez bilionário", argumentou.

O ex-governador do estado brasileiro do Rio de Janeiro Sérgio Cabral afirmou em julho, em tribunal, que comprou, por dois milhões de dólares (1,81 milhões de euros), votos para levar os Jogos Olímpicos para aquela região.

Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, o ex-governador declarou que comprou votos de delegados do Comité Olímpico Internacional em 2009, para garantir que o seu estado fosse sede da competição olímpica de 2016.

O interrogatório foi um pedido da defesa do ex-governador, que pretende colaborar com as investigações da Operação Unfairplay, um desenvolvimento da Operação Lava Jato.

A Operação UnfairPlay está a cargo da Polícia Federal brasileira, em conjunto com o Ministério Público Federal, que investiga a compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica, no âmbito da qual foi detido, no dia 05 de outubro de 2017, o presidente do Comité Olímpico Brasileiro (COB) e do Comité Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.

Neste processo, além de Cabral, também Nuzman e o empresário Arthur Soares Filho foram acusados de corrupção devido à suspeita de compra de votos.

Segundo uma reportagem divulgada em agosto pelo programa brasileiro "Fantástico", do jornal Globo, Arthur Soares tinha uma vida de luxo na cidade norte-americana, situação que levou o Ministério Público brasileiro a manifestar-se, alegando que o dinheiro que pagava a opulência do empresário foi tirado dos cofres públicos do estado do Rio de Janeiro.

Durante os dois mandatos de Cabral à frente do Governo do Rio de Janeiro, Arthur Soares chegou a ter três mil milhões de reais (675 milhões de euros) em contratos com aquele executivo estadual.

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