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Líder de Chipre do Norte critica ofensiva militar da Turquia na Síria

O dirigente de Chipre do Norte rejeitou hoje as violentas críticas que lhe foram dirigidas, em particular pelo Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, por ter manifestado reservas sobre a operação militar de Ancara contra uma milícia curda da Síria.

Líder de Chipre do Norte critica ofensiva militar da Turquia na Síria
Notícias ao Minuto

18:36 - 14/10/19 por Lusa

Mundo Síria

"Desde quando se tornou um crime defender a paz?", considerou Mustafa Akinci em comunicado, no qual rejeita as "críticas justas e desproporcionadas".

Akinci, presidente da autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara, foi fortemente criticado pela Turquia após ter emitido uma rara e surpreendente crítica contra a operação turca em curso na Síria.

"Mesmo que se designe 'Fonte de paz' [numa referência à operação turca], é o sangue que corre, e não água", escreveu Akinci na sua página Fecebook no sábado, apelando ao "diálogo e à diplomacia".

Estas posições suscitaram uma viva reação do Presidente turco. "Ultrapassou totalmente os limites", respondeu Erdogan no domingo, para acrescentar que "no momento próprio" será emitida uma "resposta apropriada".

As declarações de Akinci também suscitaram um coro de críticas em diversos setores da RTCN, que permanece sob forte influência do "grande irmão" turco. Diversos deputados da oposição apelaram hoje à demissão de Akinci.

Em resposta, o líder de Chipre do Norte assegurou que responderia "aos autores dessas declarações injustas e ofensivas" que lhe foram dirigidas.

"As nossas instâncias governamentais, a começar pelo presidente, são determinadas pela livre vontade do nosso povo", declarou numa aparente réplica às críticas provenientes de Ancara.

A RTCN, não reconhecida pelas instâncias internacionais, foi fundada em 1983 na sequência da invasão da parte norte de Chipre pela Turquia em 1974, em resposta a um fracassado golpe de Estado promovido por ultranacionalistas cipriotas gregos, com o apoio da junta militar então no poder em Atenas, e destinado a unir a ilha à Grécia.

Na semana passada, a Turquia desencadeou uma incursão militar no nordeste da Síria contra as Unidade de Proteção Popular (YPG), um grupo que se destacou no combate aos grupos 'jihadistas' -- com apoio norte-americano, que entretanto abandonou a região -- mas considerado "terrorista" por Ancara.

Ao manifestar hoje o desejo de ver a Turquia "por fim desembaraçada do terrorismo", Akinci acrescentou ter chegado "o tempo em que as guerras, que se prolongam há quase dez anos na Síria, cheguem ao fim".

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