EUA condenam quebra de compromissos pelo Irão no acordo nuclear
Os Estados Unidos condenaram hoje o anúncio de nova quebra de compromissos por parte do Irão face ao acordo do programa nuclear assinado em 2015, referindo, contudo, não estarem surpreendidos.
© Reuters
Mundo EUA/Irão
Reagindo ao anúncio do Irão de que tinha começado a usar centrifugadoras avançadas para aumentar as reservas de urânio enriquecido, o ministro norte-americano da Defesa, Mark Esper, disse, em Paris, que as movimentações iranianas não surpreendem.
"Não é uma surpresa que os iranianos estejam a procurar atingir aquilo que sempre pretenderam atingir", referiu o ministro da Defesa dos EUA numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga francesa, Florence Parly.
Já a ministra francesa sublinhou a vontade de Paris de manter o acordo de 2015, precisando que é nessa direção os esforços devem concentrar-se.
A Agência de Energia Atómica do Irão (AEAI) anunciou hoje que começou a usar centrifugadoras avançadas para aumentar as reservas de urânio enriquecido, reforçando a redução de compromissos face ao acordo de 2015.
Em causa estão 20 centrifugadoras IR-4 y de 20 IR-6, segundo detalhou o porta-voz da AEAI, Behruz Kamalvandí, numa entrevista conjunta a vários jornalistas, durante a qual insistiu que o Irão tem o direto de reduzir os compromissos assumidos no acordo de 2015 na medida em que uma das partes não está a cumprir com as suas obrigações.
O Irão tem, no entanto, negado as acusações de Washington de que está a tentar desenvolver armas nucleares insistindo que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
As centrifugadoras IR-6 conseguem produzir urânio enriquecido 10 vezes mais depressa do que as IR- 1 e as IR -4 são cinco vezes mais rápidas.
Ainda assim, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que já foi informada das novas medidas que estão a ser tomadas pelo Irão, pretende continuar a supervisionar o programa nuclear deste país, segundo indicou Behruz Kamalvandí, citado pela agência espanhola Efe.
O acordo de 2015 foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, e previa o levantamento de sanções internacionais em troca de limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano.
Um ano após o anúncio da decisão norte-americana de abandonar o acordo, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos do pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as sanções dos Estados Unidos
Para domingo, dia 08 de setembro, está prevista uma reunião da Agência Internacional de Energia Atómica com as autoridades iranianas.
Na sexta-feira, a Comissão Europeia instou o Irão a retroceder na intenção de reduzir os compromissos nucleares assumidos com a comunidade internacional, no âmbito do acordo assinado em 2015, pedindo que Teerão "não prejudique" tal protocolo.
No encontro com jornalistas, o porta-voz da AEAI deu conta da nova fase de redução de compromissos, mas também referiu a intenção do Irão em continuar a permitir o acesso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) às suas instalações nucleares.
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