UE quer garantir segurança das rotas marítimas e evitar tensões no golfo
A chefe da diplomacia europeia frisou hoje que a União Europeia (UE) pretende garantir a segurança e evitar tensões nas rotas marítimas próximas, nomeadamente no estreito de Ormuz, no Golfo, região no centro de tensões com o Irão.
© Reuters
Mundo Federica Mogherini
"Obviamente, temos todo o interesse em, primeiro que tudo, garantir a segurança e a estabilidade nas rotas marítimas mais próximas, o que inclui o estreito de Ormuz, e isso é claro, mas também temos interesse numa abordagem que evite a escalada de tensões e numa dinâmica colaborativa entre as partes daquela região", declarou Federica Mogherini à chegada à reunião dos ministros da Defesa da UE.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, anunciou na quarta-feira o lançamento da operação Sentinela, para proteger os navios comerciais no estreito de Ormuz e da qual fazem também parte o Reino Unido, a Austrália e o Bahrein.
O Pentágono tentou nos últimos meses que mais aliados se juntassem à missão, mas muitos terão receado ser arrastados para um conflito aberto com o Irão, que afirma ser o "guardião da segurança" em Ormuz e no Golfo Pérsico.
Falando aos jornalistas em Helsínquia, Mogherini vincou que a União já desempenha "um importante papel para garantir a segurança marítima" naquela região, nomeadamente através de operações "bastante bem-sucedidas" na costa do Corno de África.
A situação no Golfo é um dos temas em cima da mesa na reunião ministerial de Defesa, que hoje termina em Helsínquia, no âmbito da presidência finlandesa da UE.
Hoje também começa o encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros e, nessa ocasião, será discutida a situação "ampla" do Médio Oriente, referiu a chefe da diplomacia europeia aos jornalistas.
Ambos os encontros decorrem no Finlândia Hall e são presididos por Federica Mogherini.
A representar Portugal estão, respetivamente, as secretárias de Estado da Defesa Nacional, Ana Santos Pinto, e dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
A tensão na região do Golfo tem vindo a subir desde a retirada unilateral dos Estados Unidos em maio de 2018 do acordo nuclear iraniano, seguida do restabelecimento de sanções norte-americanas ao Irão.
Nos últimos meses aumentou devido a ataques contra petroleiros no Golfo, pelos quais Washington responsabiliza Teerão, que desmente qualquer envolvimento.
Em meados de julho, o Irão apresou no estreito um petroleiro sueco com pavilhão britânico, o "Stena Impero", 15 dias depois da apreensão do petroleiro iraniano "Grace 1" pelas autoridades britânicas ao largo de Gibraltar.
Na quinta-feira, o Tribunal de Gibraltar decidiu libertar o "Grace 1", que com o novo nome de "Adrian Darya" se dirige agora para um porto turco.
O estreito de Ormuz é um ponto de passagem estratégico para o comércio mundial de petróleo.
Em 2018, cerca de 21 milhões de barris de petróleo circularam diariamente pelo estreito, segundo a Agência de Energia norte-americana (EIA), o que representa cerca de 21% do consumo mundial daquele hidrocarboneto e um terço do que transita por via marítima no mundo.
Também falando aos jornalistas à entrada para a reunião, a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, afirmou que a UE tem reservas sobre a operação naval dos Estados Unidos no estreito de Ormuz, revelando que, por isso, alguns Estados-membros, entre os quais França, defendem uma "presença dissuasiva" da União naquela região.
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