Aline Weber, uma modelo brasileira natural de Santa Catarina, apaixonada por causas ambientais, tinha o sonho de viajar até à Amazónia, que arde ferozmente há três semanas, sem controlo.

Em 2017, depois de mais de uma década a viajar em trabalho por todo o mundo, onde representou marcas como Tom Ford e Chloé, Aline decidiu viajar até o Alto Xingu, uma zona localizada no coração da floresta amazónica e que pertence ao estado brasileiro de Mato Grosso.

Ao regressar a casa, Aline trazia uma certeza na mala. Tinha de voltar.

Por isso, no final de 2018, regressou a Alto Xingu, mas desta vez por mais tempo. Durante 10 dias, a modelo conviveu com locais, a convite de Pajé Kame, o líder religioso da tribo da vila Amaru, no Xingu.

Foram mais de 50 horas de viagem. Primeiro de avião, depois de barco e por último a pé. Até que chegou ao seu destino.

Aline conta à Vogue brasileira que desde logo sentiu-se “calorosamente bem-vinda”.

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Foi lindo! #encontrodeculturas #Brasil #culturaindigena #Brasil #donosdoBrasil 

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“É uma pessoa muito espiritual e gentil. Fiquei impressionada com as suas histórias, com a sua gentileza e calma”, disse, admitindo que fez um amigo para a vida toda.

Durante a viagem, Aline testemunhou um kuarup, ritual funerário da população indígena do Xingu, e o huca-huca, uma forma de luta “folclórica”. E foi extraordinariamente surpreendida com as tradições deste povo.

“Sem esta linda cultura, todos nós de certa forma morremos”, disse à publicação, acrescentando que ficou chocada com a desflorestação da Amazónia, provocada pelo homem e com a quantidade de terra que já foi retirada aos indígenas.

“Com os meios de comunicação social, muitas pessoas têm consciência de que há desflorestação no Brasil, já que há movimentos nesse sentido, mas só é possível ver o a forma como o estão a fazer se estivermos lá”, frisa.

Aline conta que estas mudanças tiveram já graves efeitos na vida das tribos. Viu empresas a “borrifar” pesticidas que prejudicam o solo, projetos de irrigação que devastam os leitos dos rios e campos de soja que estão a destruir todo o ecossistema da área do Alto Xingu.

Devido a estas ações, os recursos naturais dos povos indígenas ficam ameaçados. “Uma das principais fontes de alimento da população do Xingu é peixe e agora há épocas em que não há peixe devido a todos os pesticidas que foram usados nestas áreas”, conta.

Aline defende que deviam existir leis mais rigorosas para o impacto não ser tão grande para os povos indígenas. “Eles merecem ser respeitados como todas as pessoas”, relembra.

Mas não foi só por Amaru que Aline veio apaixonada. Quase um ano depois da visita, Aline anunciou, nas redes sociais, que tem uma relação com Pigma Amary, técnico de enfermagem de origem indígena do Alto Xingu, que conheceu durante a última viagem.

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Meu amor sei que este mês fazemos um ano juntos . Quebrando barreiras talvez crenças. Não só por criação mas também por trabalho. Você técnico em enfermagem e eu modelo. Trabalhos completamente diferentes. Ainda mais por estarmos em países diferentes oque dificulta tudo mais ainda. Mas saiba que além de qualquer dificuldade ou diferença sempre estarei aqui para você 

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“Meu amor, sei que este mês fazemos um ano juntos. Quebrando barreiras, talvez crenças. Não só por criação, mas também por trabalho”, escreveu a brasileira na legenda de uma foto partilhada no Instagram.

Recorde-se que a Amazónia arde há três semanas sem controlo. Há muitas teorias sobre o fogo que está a ameaçar o ‘pulmão’ do mundo, mas uma das causas apontadas é a desflorestação da mesma.

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