Recebido na residência de verão do homólogo francês, Emmanuel Macron, Vladimir Putin afirmou que não quer ter "uma situação semelhante" à que abanou a presidência de Macron no final do ano passado e início deste, quando a população saiu à rua num movimento que ficou conhecido como dos "coletes amarelos", por os manifestantes vestirem coletes nessa cor, para protestar contra as políticas do governo.
Ainda hoje, a câmara baixa do parlamento russo anunciou a criação de uma comissão para investigar uma "ingerência estrangeira" na política interna da Rússia, após recentes protestos governamentais que Moscovo diz mostrarem envolvimento ocidental.
A Rússia já fez advertências aos Estados Unidos e à Alemanha, acusados de apoiarem as recentes ações da oposição, que tem vindo a protestar na capital russa todos os fins de semana desde meados de julho contra a rejeição dos seus candidatos às eleições locais que se vão realizar a 8 de setembro.
Trata-se de um dos mais poderosos movimentos de protesto desde o regresso de Vladimir Putin ao Kremlin em 2012.
A agência russa de vigilância das telecomunicações Roskomnadzor, por seu turno, exigiu ao Google que proibisse a publicidade das ações da oposição na plataforma de vídeo YouTube.
A maioria das manifestações, não autorizadas, foram severamente reprimidas pela polícia. Mais de 2.000 pessoas foram detidas e mais de 100 ficaram presas. A quase totalidade das figuras da oposição cumprem atualmente pequenas penas de prisão.