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G20 em Riade deve ser cancelado se não houver avanços no caso Khashoggi

Uma perita da ONU que investigou o assassínio do jornalista Jamal Khashoggi defendeu hoje que a convocação da próxima reunião do grupo das 20 principais economias para a Arábia Saudita deve ser anulada se não houver avanços na investigação.

G20 em Riade deve ser cancelado se não houver avanços no caso Khashoggi
Notícias ao Minuto

23:41 - 02/07/19 por Lusa

Mundo Caso Khashoggi

Agnès Callamard, a relatora especial da ONU para as execuções extrajudiciais, tinha afirmado, ao fim de cerca de seis meses de investigações, que reunira "provas credíveis" para justificar a abertura de um inquérito internacional com o objetivo de estabelecer as responsabilidades de altos dirigentes sauditas no crime, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Durante uma visita a Washington, Callamard considerou que a próxima cimeira do G20, prevista para novembro de 2020, em Riade, constituía uma ocasião para pressionar a Arábia Saudita.

"A responsabilização política por Khashoggi quer dizer que (o topo) não se vai aguentar ou vai ser afastado, ou que alguma coisa está em vias de feita para garantir que o sistema político nos EUA e em outros países não vai ser cúmplice deste crime internacional", declarou Callamard, durante uma intervenção no Instituto Brookings.

A perita da ONU afirmou que era crucial reconhecer que um Estado tinha promovido o assassínio de Khashoggi, morto e depois desmembrado no perímetro do consulado saudita em Istambul, em outubro.

Khashoggi colaborava com o Washington Post e residia nos EUA.

"Até aqui, os governos ocidentais que adotaram as sanções individualizadas e dirigidas -- o que me parece bem -- vendem também a teoria de (agentes) 'isolados'", disse, referindo-se ao argumento de Riade que a responsabilidade pelo assassínio foram agentes que tinham agido por sua livre iniciativa.

"É muito importante insistir no que fazemos face à Arábia Saudita, não a 15 ou 17 indivíduos", acrescentou.

Callamard apelou ainda à aplicação de sanções para restringir o acesso dos sauditas a tecnologia de vigilância, afirmando que não se pode fazer "confiança" no governo sobre este tema.

O governo dos EUA sancionou indivíduos neste caso, mas prometeu manter laços estreitos com Riade, em parte devido às compras de armas norte-americanas e à sua hostilidade para com o Irão.

E no sábado Donald Trump elogiou o "trabalho extraordinário" do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.

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