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Caso La Manada: "O pior não foi o que aconteceu, foi o que veio depois"

Vítima do grupo refere numa carta que o processo judicial tem sido "longo, intenso e esgotante".

Caso La Manada: "O pior não foi o que aconteceu, foi o que veio depois"
Notícias ao Minuto

14:42 - 28/06/19 por Sara Gouveia

Mundo Espanha

Numa carta tornada pública esta sexta-feira, a jovem vítima da violação em grupo levada a cabo pelo grupo La Manada, em Espanha, afirmou que o processo judicial tem sido "longo, intenso e esgotante" e reconheceu que "o pior não foi o que aconteceu, foi tudo o que veio depois". No entanto, admite "que valeu a pena" e que "pouco a pouco" está a recuperar a sua vida.

O La Vanguardia dá conta de que estas são as primeiras declarações da vítima depois de se conhecer o desfecho do Supremo Tribunal que aumentou a pena de prisão imposta aos cinco acusados por nove para 15 anos por violação e não por abuso sexual como a Audiência de Navarra tinha considerado.

Na missiva remetida a um programa de televisão espanhol, a jovem manifesta-se feliz por o processo ter chegado ao fim e agradece a todas as pessoas que se voluntariaram para a ajudar: "Não podia ser mais afortunada com a qualidade das pessoas que me ajudaram".

"Desde aquele juiz de instrução que nunca duvidou de mim, até ao advogado, passando sem dúvida alguma, pelo Ministério Público, médicos, polícias, psicólogos e o casal que me encontrou. São momentos em que ninguém sabe como agir mas vocês facilitaram", continua.

A vítima também guardou palavras de agradecimento à cidade de Pamplona e Navarra que "com todo o seu empenho fizeram com que se tornasse mais fácil que alguma vez poder voltar". Bem como para quem saiu à rua em seu nome "formando um eco por todos os cantos de Espanha".

"Obrigada por não me terem deixado sozinha. Estar-vos-ei eternamente agradecida, mas não sou nenhuma heroína, a força para continuar, muitas vezes, foi-me dada com todo o calor e apoio que tenho sentido ao longo deste caminho", acrescenta.

A vítima apela ainda à sociedade para que não se esqueça e para que a "luta" continue já que "já custou a vida a muitas companheiras".

Despede-se pedindo que as pessoas se "recordem, contem e não os deixem ganhar".

O caso remonta ao verão de 2016, durante as festas de São Firmino, em Pamplona, quando a jovem foi levada pelo grupo que se apelida de La Manada e violada. A violação em grupo foi filmada com um telemóvel. O processo em tribunal demorou quase três anos a ser encerrado.

Os cinco homens foram agora condenados a quize anos de prisão e a  uma indemnização de 100 mil euros à vítima, bem como uma ordem de restrição para que não a contactam por um período de 20 anos. Depois de cumprirem a sentença, estão ainda sujeitos a mais oito anos de liberdade condicional.

Os cinco acusados chegaram a ser postos em liberdade à espera da sentença final do Supremo Tribunal, o que gerou indignação e levou milhares às ruas.

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