"O Irão está pronto para desempenhar um papel ativo e construtivo em garantir a segurança das passagens marítimas estratégicas, bem como promover a paz, a estabilidade e a segurança na região", declarou o Governo iraniano.
A mesma nota alerta para a "coerção, intimidação e comportamento maligno" de Washington, em resposta à declaração do embaixador em exercício dos EUA na ONU, Jonathan Cohen, após uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança para analisar os ataques.
A pedido de Mike Pompeo, chefe da diplomacia norte-americana, Jonathan Cohen declarou à imprensa que os EUA avaliam os ataques de quinta-feira como "mais um exemplo das atividades desestabilizadoras do Irão na região".
"Acusar o Irão de acidentes suspeitos e infelizes envolvendo petroleiros é aparentemente a coisa mais fácil para [Mike] Pompeo [chefe da diplomacia norte-americana] e para as autoridades norte-americanas", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Moussavi, em comunicado.
O governo iraniano acusa ainda Washington de "sabotagem diplomática". "O facto dos Estados Unidos aproveitarem imediatamente a oportunidade para lançar alegações contra o Irão, [sem] provas fundamentadas ou circunstanciais, prova que [Washington e os seus aliados árabes] passaram para o plano B: o de sabotagem diplomática", escreveu na rede social Twitter o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.
Dois petroleiros, norueguês e japonês, foram na quinta-feira alvo de um ataque no mar de Omã, em pleno Golfo, uma região já sob tensão devido à crise entre os Estados Unidos e o Irão. A tripulação do navio japonês atacado em Omã diz ter visto um "objeto no ar".
No mesmo dia, Mohammad Javad Zarif considerou suspeito os ataques terem coincidido com a visita histórica do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao Irão.
"A palavra suspeita não é suficiente para descrever" esses "ataques" contra dois petroleiros "ligados ao Japão que ocorreram enquanto o primeiro-ministro [japonês] se reunia" com o líder supremo iraniano em Teerão", escreveu no Twitter.
A visita de Abe é a primeira de um chefe de Governo japonês desde a revolução islâmica de 1979 e a primeira de um líder de um país do G7 desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o abandono dos EUA do acordo nuclear.