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Sudão: Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes

A polícia disparou hoje gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam erigir barreiras nas estradas, em Cartum, naquele que é o primeiro dia de uma campanha nacional de "desobediência civil" lançada pelos líderes da contestação contra os militares no poder.

Sudão: Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes
Notícias ao Minuto

10:11 - 09/06/19 por Lusa

Mundo Contestação

A Associação de Profissionais do Sudão (SPA), a pedra angular do protesto, apelou à "desobediência civil" a partir de hoje, para protestar contra o Conselho Militar no poder, responsabilizando-o pela violenta repressão que se abateu sobre o país depois da sangrenta dispersão do protesto organizado em frente ao quartel-general do Exército em Cartum, a 03 de junho.

A "greve geral" e a instalação de barricadas nas estradas são as principais ferramentas de "desobediência" mencionadas pela SPA.

"A desobediência civil e a greve geral são os nossos meios pacíficos para reivindicar o nosso direito à vida, face à barbárie das milícias", afirma a SPA em comunicado, alertando que esta campanha só terminará com a instauração de um poder civil.

Hoje, em Bahri, um distrito no norte da capital, a polícia lançou bombas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que juntavam tijolos, pneus, pedras, pedaços de ferro ou troncos de árvores, disse uma testemunha citada pela AFP.

"Quase todas as estradas no bairro de Bahri têm barreiras nas estradas, e os manifestantes impedem mesmo os moradores de ir trabalhar", disse a testemunha, afirmando já ter sido interrogada por um grupo de manifestantes.

Alguns carros circulavam hoje de manhã na capital, mas os transportes públicos pareciam ausentes. A maior parte do comércio está de portas fechadas.

Vários passageiros aguardam em frente ao aeroporto, já que o tráfego aéreo está praticamente parado há quase uma semana.

A dispersão do protesto, operação condenada pela comunidade internacional, e a vaga de repressões que se lhe sucederam, tiraram a vida a 115 pessoas, segundo um relatório do comité de médicos próximo da contestação. O governo fala em 61 mortos.

Milhares de pessoas estavam acampadas em frente ao quartel-general do exército, um local emblemático de protesto, desde 06 de abril, no prolongamento de um levantamento popular sem precedentes, desencadeada a 19 de dezembro.

Após a destituição do presidente Omar al-Bashir pelo exército, no dia 11 de abril, os manifestantes exigiram a saída dos generais e a transferência de poder para os civis. Mas as negociações entre a contestação e os militares foram suspensas a 20 de maio por falta de acordo.

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