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Aborto: Americanos mais favoráveis à escolha apesar de leis à 'Alabama'

São oito os estados de maioria republicana que aprovaram leis mais restritivas.

Aborto: Americanos mais favoráveis à escolha apesar de leis à 'Alabama'
Notícias ao Minuto

16:34 - 26/05/19 por Pedro Filipe Pina

Mundo Sondagem

Este ano, oito estados norte-americanos governados por republicanos avançaram com legislações cada vez mais restritivas do aborto, com destaque para a legislação no Alabama, que não tem sido poupada a críticas. Curiosamente, a opinião da generalidade dos norte-americanos parece estar a pender cada vez mais para o direito à escolha.

A Reuters dá conta de uma sondagem levada agora a cabo que mostra que 58% dos norte-americanos respondem que 'sim' quando questionados se o aborto deve ser um direito "na maior parte ou em todos os casos". A mesma sondagem, levada a cabo em julho de 2018, registou na altura 50% de inquiridos com a mesma opinião.

Este é mais um sinal que mostra que o tema do aborto, há muito fraturante na sociedade norte-americana, conta com cada vez mais apoiantes ao direito à escolha.

No entanto, embora a opinião pública pareça estar a pender para um dos lados, a verdade é que em oito estados republicanos foram aprovadas leis que, se vierem a ser confirmadas no Supremo, poderão limitar ainda mais a possibilidade de interromper uma gravidez.

Na Georgia, por exemplo, foi aprovada a proibição generalizada a partir das seis semanas de gestação, isto quando muitos especialistas alertam para o facto de que muitas mulheres nem chegam sequer a saber que estão grávidas antes das seis semanas de gestação.

O caso mais mediático, no entanto, foi o do Alabama, em que até Donald Trump admitiu que poderão ter ido longe demais. No Alabama, não há exceções para o aborto, nem em casos de violação ou incesto. O que na prática quer dizer que se uma menor for violada por um familiar e engravidar, está obrigada a levar a gravidez até ao fim. As penas para os médicos que façam um aborto podem ir dos 10 aos 99 anos de cadeia. O que quer dizer que, no limite, poderia dar-se o caso de um médico que fez um aborto a uma mulher violada poder ter uma pena superior à do violador. 

Ativistas pelo direito à escolha realçam que o objetivo das legislações aprovadas por estados de maioria republicana passa por levar a legislação ao Supremo. Foi no Supremo que em 1973 se fez história nesta matéria nos EUA, com o caso 'Roe. v. Wade'. Com as escolhas de juízes feitas por Trump para o Supremo, poderá haver aqui uma 'janela de oportunidade' para ativistas contra o direito a interromper uma gravidez conseguirem que as suas ideias venham a ter 'letra de lei'.

A sondagem de que a Reuters dá hoje conta confirma o que já se sabia, na hora de dividir os inquiridos entre os que se registaram como democratas ou republicanos. Entre os democratas, o direito ao aborto chega aos 81%. Os republicanos têm posição oposta, mas este tema parece ser agora mais divisivo do que é para os democratas. Entre os republicanos, 55% acreditam que o aborto deveria ser proibido "na maior parte ou em todos os casos".

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