Governo do Zimbabué volta a aumentar combustíveis em quase 50%
O preço dos combustíveis no Zimbabué subiu hoje quase 50%, cinco meses após um anterior aumento que suscitou violentas manifestações num país em plena crise, anunciou a entidade reguladora da energia (ZERA, na sigla em francês).
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Mundo Zimbabué
Um litro de gasolina sem chumbo na bomba passou de 3,42 para 4,97 dólares RTGS, moeda de troca local, e o litro de gasóleo subiu de 3,38 para 4,89 dólares RTGS.
A decisão de aumento dos combustíveis surge na sequência da medida do Banco Central do Zimbabué (ZRB) de suprimir uma forma de subvenção que acordara com as sociedades locais para a compra de petróleo no mercado internacional.
O ZRB suprimiu, na segunda-feira, a vantajosa taxa de paridade de 1 dólar americano por 1 dólar RTGS, que estava acordada com os importadores de produtos petrolíferos, apesar da forte desvalorização da moeda local em relação à moeda norte-americana.
O Zimbabué atravessa, há vários anos, uma grave crise financeira, marcada por uma inflação forte e falta de divisas estrangeiras, que estragularam a sua economia.
Emmerson Mnangagwa, atual Presidente do Zimbabué, que sucedeu, em 2017, a Robert Mugabe, no poder durante décadas, prometeu crescimento e mais investimentos naquele país de África, que tem fronteira com Moçambique, mas a sua política não tem tido sucesso.
O seu Governo decidiu em fevereiro último suprimir a paridade fixa entre o dólar americano e a pseudo moeda do Zimbabué, as 'bond notes' rebatizadas mais tarde de dólar RTGS, cujo valor não para de se degradar.
A operação não tem sequer o efeito de controlar a inflação (75% ao ano, em abril).
Após meses, a população do país viu subir novamente importantes produtos de primeira necessidade, como a farinha, os medicamentos ou o petróleo.
Em janeiro último, o governo já tinha mais que duplicado o preço dos combustíveis para travar a escassez. Mas a sua decisão causou várias manifestações, reprimidas por uma violenta repressão.
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