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Um militar e quatro manifestantes mortos durante protestos no Sudão

Um militar e quatro manifestantes morreram segunda-feira em Cartum, horas após o anúncio de um acordo entre representantes do protesto popular e o Conselho Militar que prepara a transição do poder no Sudão, informaram ambas as partes.

Um militar e quatro manifestantes mortos durante protestos no Sudão
Notícias ao Minuto

03:54 - 14/05/19 por Lusa

Mundo Novo balanço

"Elementos não identificados que queriam sabotar as negociações entre as duas partes" abriram fogo na sede do exército sudanês, ondde se encontram sitiados manifestantes há mais de um mês, matando um comandante da polícia militar e ferindo três soldados, além de vários manifestantes e civis, informou o Conselho Militar.

De acordo com fontes médicas próximas do movimento de protesto, quatro manifestantes foram mortos.

O anterior balanço apontava para a morte de um militar e dois manifestantes.

Os dois lados retomaram na segunda-feira as negociações consideradas cruciais para o futuro do país, após três décadas de poder incontestado exercido pelo ex-Presidente Omar al-Bashir.

Na segunda-feira, o procurador-geral anunciou que o ex-Presidente Omar al-Bashir destituído em 11 de abril e atualmente detido em Cartum, foi indiciado pela "morte de manifestantes" durante os protestos contra o seu regime.

"Durante a reunião de hoje [segunda-feira], nós concordámos com a estrutura dos órgãos [de transição) e as suas prerrogativas", disse um porta-voz dos manifestantes, Taha Osman.

Esses órgão são um "Conselho Soberano, Gabinete e Assembleia Legislativa", precisou a mesma fonte à agência de notícias France-Presse.

"As conversas de amanhã [hoje] vão concentrar-se na duração do período de transição e na composição do [novo] conselho" e dos outros dois órgãos, acrescentou.

O porta-voz do Conselho Militar, o general Chamsedddine Kabbachi, confirmou os termos do acordo.

"Nós concordámos com a formação de entidades de transição nos níveis soberano, executivo e legislativo", disse ele aos jornalistas.

"Amanhã, discutiremos as percentagens de representação e a duração da transição", adiantou.

Até agora, os dois lados divergem sobre a composição de um Conselho soberano para substituir o Conselho Militar que assumiu o poder após a destituição de Bashir a 11 de abril.

A Aliança para a Liberdade e Mudança, que lidera o protesto, quer que este seja dominado por civis, enquanto o Exército entende que os militares devem estar em maioria.

Os generais querem um período de transição de dois anos, enquanto os manifestantes defendem que o mesmo se estenda durante quatro anos.

Os militares também queriam manter a sharia (lei islâmica) como fonte de legislação durante o período de transição.

De acordo com as organizações responsáveis pelos protestos, as autoridades sudanesas terão matado cerca de 100 manifestantes durante os quatro meses de contestação que levaram ao seu afastamento.

O ex-chefe de Estado do Sudão Omar al-Bashir liderava o país desde 1989, quando chegou ao poder através de um golpe de Estado.

Al-Bashir é alvo de dois mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão).

De acordo com as Nações Unidas, o conflito causou mais de 300.000 mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.

O conselho militar no poder no Sudão disse na segunda-feira que um oficial das Forças Armadas morreu durante o ataque de um grupo armado à praça onde protestos ocorrem há um mês, tendo ainda morrido dois manifestantes, segundo a oposição.

Em comunicado, o Conselho Militar de Transição afirmou que um grupo, que "tenta fazer fracassar o acordo" de paz, irrompeu pelo recinto para provocar violência, o que levou à morte de um oficial das Forças Armadas, identificado como comandante Kroma.

A mesma junta que está no poder desde que fez cair o ex-Presidente Omar al-Bashir em 11 de abril disse que há "um grande número de feridos entre os manifestantes".

Acusou ainda os grupos que não concordam com os resultados das negociações, como a oposição Aliança para a Liberdade e Mudança, de quererem "tentar fracassar qualquer acordo".

A junta diz que é necessário estar "alerta" para esses "grupos que tentam minar o trabalho das Forças Armadas" e "impedir que os objetivos da revolução sejam alcançados".

Já o Comité Central de Médicos, da oposição, afirmou que um homem de 20 anos foi baleado no peito "pelas milícias do regime numa tentativa de invadir o campo".

Outro porta-voz do mesmo sindicato, Mohamed al Hasna Ismail, adiantu à agência Efe que um segundo manifestante morreu no hospital para o qual foi levado após ser baleado na cabeça.

Um líder do Partido do Congresso Sudanês e membro das Aliança para a Liberdade e Mudança Ibrahim al Sheikh confirmou à imprensa a morte de um jovem após ser atingido por três balas.

Na segunda-feira, o conselho militar reuniu-se com a aliança de oposição e chegaram a um princípio de acordo sobre o conselho que governará o Sudão no período transitório até à convocação das eleições, embora as reuniões entre ambas as partes continuem durante os próximos dias.

A tensão aumentou nas últimas semanas entre ambas as partes pela falta de acordo quanto à composição e objetivos deste novo governo de transição e porque a oposição exige que o poder seja entregue o mais cedo possível a civis.

Pelo seu lado, os militares defendem um acordo que estabeleça um período de transição de dois anos, durante o qual os generais manterão a parte significativa do poder.

Milhares de manifestantes estão acampados desde 06 de abril último em frente ao quartel-general do Exército em Cartum, inicialmente para exigir a saída de Omar al-Bashir, que foi destituído pelos militares no dia 11 seguinte.

Contudo, a destituição de Al-Bashir não demoveu o movimento de contestação, que se manteve.

O ex-Presidente do Sudão Omar al-Bashir foi na segunda-feira acusado por procuradores sudaneses de estar envolvido na morte e incentivo à morte de manifestantes durante os protestos que o afastaram da liderança do país.

De acordo com as organizações responsáveis pelos protestos, as autoridades sudanesas terão matado cerca de 100 manifestantes durante os quatro meses de contestação que levaram ao seu afastamento.

O ex-chefe de Estado do Sudão Omar al-Bashir liderava o país desde 1989, quando chegou ao poder através de um golpe de Estado.

Al-Bashir é alvo de dois mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão).

De acordo com as Nações Unidas, o conflito causou mais de 300.000 mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.

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