Bruxelas vai acompanhar "de perto" detenção de Julian Assange
A Comissão Europeia afirmou hoje que está a "acompanhar de perto" a detenção do fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, pela polícia britânica em Londres, notando tratar-se de um "assunto judicial europeu" por envolver Estados-membros.
© Reuters
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Reagindo à detenção de hoje - no interior da embaixada do Equador em Londres, onde Julian Assange se encontrava há sete anos -, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, indicou que o executivo comunitário vai "acompanhar o assunto de perto por haver um ângulo europeu neste caso".
"Sendo um assunto judicial europeu -- e a Suécia está envolvida --, isto vai ser discutido várias vezes aqui", acrescentou o responsável.
Questionado pelos jornalistas na habitual conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, Margaritis Schinas escusou-se, contudo, a tecer mais comentários sobre o assunto.
"Fomos informados há minutos e não vamos improvisar uma posição sobre factos que estão em desenvolvimento", justificou.
Para o porta-voz, este "é um processo nas mãos dos juízes e, quando os juízes falam, os responsáveis políticos devem calar-se".
Julian Assange foi hoje detido pela polícia britânica no interior da embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava há sete anos.
A polícia britânica indicou que executou um mandado de detenção emitido em 2012 por um tribunal londrino, após o Equador ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos, e informou depois que tinha também detido Assange "em nome das autoridades dos Estados Unidos", ou seja em cumprimento de um mandado deste país.
Assange refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar a sua extradição para a Suécia, que solicitou que o fundador do Wikileaks se entregasse por supostos crimes sexuais, um processo que, entretanto, prescreveu.
Assange recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos Estados Unidos no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.
Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington.
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