O avião Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines que se despenhou no início de março passado, matando todos os 157 passageiros a bordo, sofreu danos num sensor pouco depois de levantar voo, provavelmente causados por uma ave ou um objeto estranho, dizem fontes próximas da investigação ao ABC News.
Os danos causados a este sensor específico, no ‘ângulo de ataque’ do avião, originaram a transmissão de dados errados, o que levou à ativação do sistema anti-paragem do aparelho. Este sistema automático, desenhado para impedir o avião de parar, forçou o nariz do avião para baixo, o que culminou no despenhamento.
Recorde-se que o Wall Street Journal já tinha avançado com esta mesma informação, no final de março, indicando que o relatório preliminar apontava para a ativação automática do sistema de controlo de voo.
A ABC News apurou, junto de fontes da aviação, que os pilotos tentaram subir o nariz do avião manualmente, mas sem sucesso. O sistema anti-paragem voltava a ativar-se, fazendo com que os pilotos perdessem o controlo do aparelho.
A Boeing, por seu turno, emitiu um comunicado, esta quarta-feira, onde pede "cautela" com "especulação e determinação de conclusões" antes da divulgação "dos dados de voo e do relatório preliminar". As conclusões preliminares da investigação serão anunciadas pelas autoridades da Etiópia na quinta-feira de manhã.
Recorde-se que o Boeing 737 MAX 8 com destino a Nairobi caiu seis minutos depois de ter levantado voo de Adis Abeba, com 157 pessoas a bordo - 149 passageiros e oito tripulantes.
Este é o segundo acidente envolvendo um Boeing 737 MAX. O primeiro ocorreu ao largo da costa da Indonésia, em circunstâncias semelhantes, em 29 de dezembro, e resultou também na morte de todos os ocupantes.