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União Nacional Democrática pede renúncia do Presidente da Argélia

A União Nacional Democrata (RND), principal aliado do partido (FLN) de Abdelaziz Bouteflika, pediu na terça-feira a renúncia do Presidente argelino, enfraquecido pela doença e contestado nas ruas.

União Nacional Democrática pede renúncia do Presidente da Argélia
Notícias ao Minuto

09:20 - 27/03/19 por Lusa

Mundo Contestação

Em comunicado enviado à agência France Presse assinado pelo ex-primeiro-ministro Ahmed Ouyahia, recentemente demitido, o RND "recomenda a renúncia do Presidente da República (...), a fim de facilitar o período transição".

Na terça-feira, o chefe do Estado-Maior do exército argelino pediu que o Presidente do país, Abdelaziz Bouteflika, seja declarado inapto para exercer as suas funções devido à sua "doença grave e duradoura".

"Torna-se necessário, até mesmo imperativo, adotar uma solução para sair da crise, que responda às demandas legítimas do povo argelino e que garanta o respeito às disposições da Constituição e à manutenção da soberania do Estado", indicou o general Ahmed Gaid Salah num discurso transmitido pela televisão nacional.

O chefe do Estado-Maior do exército argelino pediu para dar início ao procedimento previsto pelo artigo 102 da Constituição.

O artigo 102 da Constituição prevê que o parlamento, sob proposta do Conselho Constitucional, declare, por maioria de dois terços, "o estado de impedimento" quando "o Presidente da República, em virtude de doença grave e duradoura, é totalmente incapaz de desempenhar as suas funções".

O partido do presidente Abdelaziz Bouteflika, que já mostrou divisões em relação ao modo de saída da crise na Argélia, cerrou fileiras na segunda-feira à noite, considerando que a proposta do chefe de Estado é "a melhor".

Face a uma contestação inédita em 20 anos de poder, o presidente Bouteflika renunciou a disputar um 5.º mandato a 18 de abril e adiou as presidenciais até que se realize uma "Conferência Nacional", que deverá elaborar uma nova Constituição.

A oposição, a sociedade civil e a rua rejeitaram o plano, argumentando que ele permite que o chefe de Estado -- 82 anos e debilitado por um AVC em 2013 -- se mantenha no poder sem eleições, além do final constitucional do seu mandato a 28 de abril.

Vários partidos da oposição propuseram recentemente uma saída para a crise política sem Bouteflika através de uma transição de seis meses que se iniciariam a partir da expiração do atual mandato do presidente, cujos poderes seriam confiados a uma "instância presidencial" colegial, encarregada de organizar um escrutínio "livre e transparente".

Desde finais de fevereiro que a Argélia tem sido palco de várias manifestações, inicialmente convocadas contra a candidatura a um quinto mandato de Bouteflika, e a mobilização não parece abrandar.

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