Navega durante horas à procura de mãe desaparecida em Moçambique
A história teve um final feliz, mas uma irmã de Veronica ainda está desaparecida.
© Reuters
Mundo Ciclone Idai
Há uma semana que Moçambique lida com uma catástrofe que já matou mais de 400 pessoas, feriu centenas de moçambicanos e fez milhares de desalojados. O ciclone Idai chegou com rajadas de 170 km/h, trouxe consigo chuvas, desabamento de terras e o caos. Um caos que ainda está longe de acabar.
Um pouco por todo o país mas, principalmente, na cidade da Beira, há famílias que não sabem onde estão os seus entes queridos e que procuram, com esperança, encontrar ou ter alguma notícia sobre os mesmos.
É o caso de Veronica Fatia. Durante dias lutou, com a filha de dois anos ao colo, para sobreviver às inundações que invadiram a Beira, sem saber se a mãe, habitante da cidade de Buzi, estava viva.
Quando achou que era minimamente seguro, meteu-se num barco de madeira com a bebé e dois sacos de arroz e remou contra uma maré lamacenta e carregada de cadáveres para tentar encontrar a mãe.
Conta a Associated Press que, depois de três horas de viagens, Veronica chegou a Buzi, ou pelo menos ao que resta da cidade. Encontrou um prédio de três andares, com pessoas no telhado, de telemóvel na mão, como se a aproximação do céu trouxesse algum sinal. Passou por pessoas a dormir na rua, a cozinhar ao lado da estrada e até por um menino a ler um livro à beira do caos.
Perguntou pela escola, com esperança que a mãe lá tivesse. Mal chegou ao estabelecimento de ensino, que agora serve de abrigo, gritou pela mãe.
E ela lá estava. Abraçaram-se perante o olhar atento de quem está a passar pelo mesmo e, emocionadas, contaram aos jornalistas o quão felizes estão por terem sobrevivido à tragédia que se abateu sobre Moçambique.
“A minha casa desabou, mas estou feliz porque a minha mãe está viva”, contou Veronica.
Já Maria Antónia confirmou que, durante dias, não soube nada da filha e que pensou que ela tivesse morrido.
Apesar da felicidade do momento, ambas continuam preocupadas. É que Maria Antónia tem ainda uma filha desaparecida. Ninguém consegue contactar Quelimane, nem há informações sobre a mesma.
Perante semelhante destino estão milhares de famílias moçambicanas. À medida que as comunicações estão a ser restabelecidas, as pessoas tentam ligar a todo o custo para familiares de quem foram separados pelo ciclone Idai.
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