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Deserção de major-general faz subir número militares que desertaram

A deserção hoje junto à fronteira com a Colômbia do major-general venezuelano Hugo Parra Martinez fez subir para seis o número de militares que neste sábado escolheram virar as costas ao regime de Nicolas Maduro.

Deserção de major-general faz subir número militares que desertaram
Notícias ao Minuto

17:29 - 23/02/19 por Lusa

Mundo Venezuela

A fuga do major-general do exército foi acompanhada em direto pelas televisões e corresponde ao apelo que o autoproclamado Presidente interino da Venezuela Juan Guaidó hoje dirigiu aos militares do seu país, para que se coloquem "do lado certo da História".

"A liberdade chegará muito rapidamente", foram as primeiras palavras do major-general aos jornalistas ao chegar à Colômbia, onde pediu proteção às autoridades deste país.

O oficial chegou à fronteira escoltado por duas carrinhas blindadas e atravessou uma das pontes que ligam os dois países.

Hugo Parra Martínez sublinhou ainda reconhecer "o engenheiro Juan Guaidó como Presidente" e que participaria "na luta com o povo venezuelano".

A acompanhá-lo estava um sargento do Exército, que também desertou.

Horas antes, quatro efetivos da Guarda Nacional Bolviariana (polícia militar) tinham também desertado, igualmente na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, e pedido proteção das autoridades na cidade colombiana de Cúcuta, revelaram fontes oficiais.

"Três membros da guarda venezuelana acabaram de desertar da ditadura de Nicolás Maduro na Ponte Internacional Simón Bolívar e solicitaram ajuda da Migração da Colômbia", anunciou o serviço de estrangeiros colombiano numa curta mensagem enviada à imprensa.

Depois, a Migração da Colômbia acrescentou que um sargento venezuelano também desertou das fileiras na Ponte Francisco de Paula Santander.

Hoje, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou, através da rede social Twitter que anulava a classificação de traidores aos militares que cruzassem a fronteira e que os funcionários que impedissem a entrada de ajuda humanitária no país seriam considerados como desertores.

"Na minha condição de comandante chefe das Forças Armadas Nacionais (da Venezuela), dadas as circunstâncias excecionais que vive a República, deixo sem efeito a classificação de traidores da pátria, para os efetivos militares que cruzem a fronteira", escreveu na sua conta do Twitter.

Numa outra mensagem precisou que "quem estiver do lado do povo e impedir a entrada de ajuda humanitária é um desertor que trai" o povo.

"Os que nos acompanham a salvar a vida dos venezuelanos são verdadeiros patriotas", sublinhou.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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