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Oposição húngara pede explicações sobre refugiados venezuelanos

A oposição húngara pediu hoje explicações ao Governo após a revelação de um programa de acolhimento de refugiados venezuelanos, contrariando a legislação anti-imigração aprovada pela maioria nacional-conservadora.

Oposição húngara pede explicações sobre refugiados venezuelanos
Notícias ao Minuto

15:18 - 21/02/19 por Lusa

Mundo Hungria

"Os húngaros têm o direito de saber a verdade sobre a política pró-imigração do Governo húngaro", ironizou num comunicado o Partido Socialista, ao repetir uma frase frequentemente usada pelo Governo húngaro para denegrir a Comissão Europeia e o milionário norte-americano George Soros.

O site de notícias Index.hu lançou hoje a polémica ao detalhar como Budapeste organizou a chegada à Hungria de cerca de 300 refugiados venezuelanos de origem húngara através da Ordem de Malta, oferecendo-lhes bilhetes de avião, um ano de alojamento, cursos de línguas e acesso rápido ao mercado de trabalho.

Uma atitude que contrasta com a habitual firmeza demonstrada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, uma das principais figuras na luta contra os migrantes na Europa.

A Hungria introduziu um imposto de 25% sobre organizações suspeitas de favorecer a migração e de tornar a ajuda a migrantes passível de prisão.

"Apelamos ao Governo que se registe como uma organização de apoio à imigração e pague o imposto específico sobre a imigração", ironizou também a eurodeputada Casaba Molnar, vice-presidente do partido liberal DK.

"Não temos nada contra os refugiados e o seu acolhimento, nós apoiamo-los. Temos um problema com o Governo, que toma os húngaros como imbecis. Especialmente os seus próprios militantes", acrescentou.

Falando numa conferência de imprensa, o porta-voz do Governo, Gergely Gulyas, disse que esses refugiados venezuelanos não se enquadram na lei anti-imigração.

"Estamos a falar de húngaros e não vemos os húngaros como migrantes", disse Gulyas.

A grande maioria desses venezuelanos, no entanto, não fala húngaro e a sua ligação com a Hungria geralmente está ligada a um avô, de acordo com a Index.hu.

Milhares de húngaros emigraram para a Venezuela após o fracasso do levante de Budapeste, em 1956.

Como milhares de seus compatriotas, estes emigrantes desejavam escapar da pobreza, instabilidade política e insegurança, de acordo com depoimentos recolhidos pelo site num hotel em Gárdony, perto de Budapeste, onde alguns estão hospedados.

Viktor Orban acusa regularmente Bruxelas e Soros de promoverem a "imigração em massa" para a Europa. O primeiro-ministro lançou esta semana uma nova campanha nacional com cartazes sobre esse tema.

A oposição apontou, no entanto, muitas concessões feitas pelo Governo húngaro, dependendo dos meios financeiros dos beneficiários ou das suas origens religiosas ou étnicas.

Budapeste silenciosamente concedeu até 2017 a residência a ricos "investidores" e o país também concedeu a nacionalidade húngara às minorias magiares dos países vizinhos.

Como cerca de cinquenta países, a Hungria reconheceu o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

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