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Ataques em Nairobi visam minar turismo e frustrar crescimento económico

A consultora de risco Exx Africa considerou hoje que o ataque terrorista, ocorrido esta terça-feira, a um complexo hoteleiro de Nairobi pretendia fragilizar o setor do turismo e a recuperação económica do Quénia, visando alvos estrangeiros.

Ataques em Nairobi visam minar turismo e frustrar crescimento económico
Notícias ao Minuto

13:15 - 16/01/19 por Lusa

Mundo Exx Africa

A escolha do complexo, situado numa zona rica da capital do Quénia, frequentada por estrangeiros e quenianos abastados indica que o Al-Shabaab (o grupo terrorista somali que revindicou o ataque) selecionou um alvo que simboliza o sucesso económico do Quénia e queria atacar o investimento estrangeiro e o turismo.

As receitas do turismo no Quénia aumentaram quase um terço em 2018 face ao ano, atingindo 1,55 mil milhões de dólares (1,35 mi milhões de euros).

"Este último ataque dirigido contra estrangeiros, empresas internacionais e hotéis deverá aumentar o nível de alerta para viajantes emitidos a partir de determinados países como os Estados Unidos, o que terá um impacto significativo do turismo do Quénia", refere a Exx Africa.

É por isso previsível uma quebra nas receitas turísticas com impacto económico substancial este ano.

O turismo é a segunda maior fonte de divisas estrangeiras no Quénia, depois da agricultura, e o país já reduziu a sua meta de receitas para este ano fiscal em 5%.

A Exx África salienta que o Quénia decidiu deixar recentemente o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), ficando mais exposto às investidas dos mercados num contexto externo incerto e aos fatores de risco locais, como a vulnerabilidade do setor turístico a um ambiente de segurança volátil.

A consultora alerta ainda para o facto de "táticas de mão pesada" como homicídios extrajudiciais e detenções indefinidas ou raptos na comunidade islâmica por parte de forças de segurança estarem a facilitar a radicalização de uma nova geração de militantes islamitas que encontram nos negócios das principais cidades, como Nairobi e Mombaça "alvos aspiracionais".

Além disso, embora a capacidade operacional de grupos como o Al-Shabaab tenha sido "significativamente reduzida" devido às múltiplas operações de segurança no Quéia e na Somália, estas têm sido também violentas contra civis.

"A região também não conseguiu colher os benefícios do recente boom económico e de investimento do Quénia e muitas comunidades permanecem marginalizadas e incapazes de lidar com o deslocação interna de pessoas de etnia somali", tornando-se novamente um terreno fértil para grupos como o al-Shabaab, conclui a Exx África.

O ataque terrorista ao complexo hoteleiro de luxo Dusit D2, que durou quase 24 horas, fez 14 mortos e só terminou quando os atacantes foram abatidos pelas autoridades.

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