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Egito tenta impedir divulgação de entrevista de Sisi à CBS sobre Israel

As autoridades egípcias pediram à CBS para não difundir uma entrevista do presidente Abdel Fattah al-Sisi, na qual se refere à cooperação do seu país com Israel no Sinai, anunciou o grupo de media norte-americano.

Egito tenta impedir divulgação de entrevista de Sisi à CBS sobre Israel
Notícias ao Minuto

19:10 - 04/01/19 por Lusa

Mundo Presidentes

A cadeia sublinhou, no entanto, que vai apresentar domingo, no programa '60 minutos', "a entrevista que o Governo egípcio não pretende ver na televisão".

No norte da península do Sinai, na fronteira com Israel, o Egito confronta-se com um ramo local do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

A cooperação militar com o Estado judaico, desmentida pelo Cairo apesar das relações diplomáticas entre os dois países, permanece um assunto tabu.

"O embaixador do Egito contactou a equipa do '60 minutos' pouco depois [da entrevista] para lhe dizer que a entrevista não podia ser difundida", indicou a CBS no seu 'site'.

Nesta entrevista, e segundo a CBS, Sisi "confirmou que o seu exército trabalha com Israel contra os terroristas no norte do Sinai".

Numa das respostas, sobre se a atual cooperação é a mais estreita até hoje entre os dois antigos inimigos, Sisi respondeu "É exato", acrescenta a cadeia.

"Mantemos um largo espetro de cooperação com os israelitas", disse ainda o Presidente egípcio, segundo a CBS.

Em fevereiro, as forças de segurança egípcias desencadearam uma vasta ofensiva contra o EI no norte do Sinai, onde os 'jihadistas' desencadearam numerosos ataques.

No mesmo mês, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu assegurou que o seu país faria "tudo" para se defender, após a publicação de um artigo do New York Times que se referia a dezenas de ataques aéreos israelitas contra os 'jihadistas' no Sinai.

O Egito e a Jordânia são os dois únicos países árabes que assinaram tratados de paz com Israel, mas as populações põem-se maioritariamente à normalização das relações com o Estado hebreu.

Num excerto da entrevista divulgada no 'site' da CBS, o presidente egípcio também afirmou que no seu país "não existem prisioneiros políticos ou de opinião".

Antigo ministro da Defesa, Sisi chegou a poder em 2014 na sequência de um golpe militar que afastou do poder o presidente islamita Mohamed Morsi, eleito no ano anterior, e pela primeira vez no Egito, por sufrágio universal.

Os grupos de defesa dos direitos humanos acusam com regularidade o regime de Sisi de graves violações. As autoridades do Cairo negam sistematicamente estas acusações e asseguram que estão a promover um combate contra os extremistas e o terrorismo.

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