Bolsonaro quer mudar embaixada para Jerusalém. "Logística" não ajuda
Jair Bolsonaro já tomou posse como presidente do Brasil.
© Getty Images
Mundo Brasil
É uma semana de novidades a que se vive no Brasil, com Jair Bolsonaro a anunciar as primeiras medidas.
Um dos temas que tem sido assunto nas últimas semanas é a passagem da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém.
Recorde-se que Donald Trump fez o mesmo, contrariando décadas de relativo consenso diplomático na comunidade internacional obre a matéria.
Bolsonaro, que em publicações anglo-saxónicas já foi caracterizado como 'Trump dos trópicos', quer seguir as pisadas do homólogo norte-americano. Mas a "logística" não será fácil.
Conta a Reuters que foi o general Augusto Heleno, o conselheiro máximo de Bolsonaro para a área de segurança nacional, quem deu conta que a intenção de Bolsonaro se mantém.
O novo presidente do Brasil mantém a vontade de mudar a embaixada, mas há um setor económico no seu país que se opõe à ideia.
Em causa está o setor agropecuário, um dos mais importantes da economia brasileira. Este setor fatura anualmente milhares de milhões de euros exportando carne e conta com vários países árabes entre os principais clientes. Falamos de carne 'halal', o tipo de carne autorizada no Islão.
Este setor teme que a mudança da embaixada possa implicar uma penalização na hora de exportar para países árabes.
Recorde-se que a questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano. Jerusalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos e tem sido tema de debate desde que Israel ocupou Jerusalém oriental em 1967.
A mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém decidida por Trump colheu apoios apenas em alguns poucos países, como foi o caso da Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia e Togo. O Brasil de Bolsonaro foi o mais recente a ponderar uma mudança que muito agrada a Benjamin Netanyahu.
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