Mais de 3.600 mortos em confrontos entre agricultores e pastores
Mais de 3.600 pessoas morreram em confrontos entre agricultores e pastores na Nigéria desde 2016, denunciou hoje a Amnistia Internacional (AI), acusando o Governo de não punir os responsáveis pela violência.
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Mundo Nigéria
Num relatório intitulado 'Recolher os mortos: três anos de confrontos sangrentos entre agricultores e pastores', a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos estima que duas mil pessoas foram mortas só em 2018, e milhares foram forçadas a abandonar as suas casas.
"A incapacidade das autoridades nigerianas para investigar os confrontos e levar os responsáveis à justiça alimentou a sangrenta escalada do conflito entre agricultores e pastores, que já registou 3.641 mortes nos últimos três anos", indica a AI, em comunicado.
Segundo a Amnistia Internacional, os ataques foram mais frequentes nos estados de Adamawa, Benue, Kaduna, Taraba e Plateau, que representam a "cintura fértil e central" da Nigéria.
Esta ONG também acusa as forças de segurança nigerianas de não fazerem o suficiente para impedir massacres, pilhagens ou incêndios em aldeias.
"As forças de segurança são frequentemente posicionadas perto dos ataques, que às vezes podem durar vários dias, mas são muito lentos a reagir", explica o relatório da AI.
Osai Ojigho, diretor do programa nigeriano da Amnistia Internacional, considerou que o Governo da Nigéria mostrou "uma incompetência flagrante", acrescentando que não está a conseguir "proteger a vida" dos nigerianos.
"A nossa investigação mostra que esses ataques foram bem planeados e coordenados, com o uso de armas como metralhadoras e AK-47", salientou Ojigho.
O relatório da AI refere ainda que "o conflito tem sido perigosamente politizado por responsáveis do Governo estadual que exacerbaram as tensões ao lançar um conjunto de acusações".
Pastores nómadas, muçulmanos e agricultores cristãos sedentários têm estado em conflito ao longo dos anos pelo acesso à terra, contudo a violência aumentou nos últimos anos como resultado do crescimento populacional, aumentando o conflito e a crescente insegurança no norte do país.
Na Nigéria, a situação de segurança é preocupante, uma vez que o Presidente Muhammadu Buhari, um ex-general de 76 anos, está a concorrer para a sua própria sucessão nas eleições gerais de fevereiro de 2019.
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