Irão não pode esperar "indefinidamente" por ajuda da União Europeia
O Irão admitiu hoje que a União Europeia (UE) precisa de mais tempo para criar um mecanismo que permita a Teerão vender petróleo apesar das sanções norte-americanas, mas indicou que não pode esperar "indefinidamente".
© Reuters
Mundo Sanções
A UE está a trabalhar na criação de um mecanismo para facilitar as transações financeiras e a venda de petróleo iraniano após a decisão dos Estados Unidos de abandonarem o acordo sobre o nuclear iraniano e de restabelecerem unilateralmente sanções contra o Irão.
"Pensamos que a Europa deveria ter mais tempo. Ela (a União Europeia) tem dificuldades em apresentar medidas concretas", declarou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, à agência oficial Irna.
"Mas não esperaremos indefinidamente", advertiu.
Segundo Araghchi, "os norte-americanos (...) começaram a pressionar os países que querem aplicar aquele mecanismo".
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, anunciou no final de setembro na ONU a decisão da UE de criar uma entidade para permitir ao Irão continuar a vender petróleo após a entrada em vigor das sanções norte-americanas.
O mecanismo permitiria gerir o dinheiro para as compras de petróleo e pagar as aquisições iranianas na UE. A adesão dos Estados membros ao projeto é voluntária, mas os que não participem não o poderão bloquear.
"Trata-se de criar uma empresa registada num dos Estados membros que permita as transações. É preciso dotá-la de capital e determinar como será gerida. Isto não é fácil e não poderá funcionar de um dia para o outro", explicou recentemente à agência France-Presse uma fonte próxima do dossier.
A UE comprou 20% da produção de petróleo iraniano em 2017, mas as aquisições caíram após a entrada em vigor das sanções norte-americanas. Os principais compradores são a Espanha, a Itália, a Grécia e a França.
O acordo nuclear foi assinado em 2015 entre o Irão e o denominado grupo dos 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China - mais a Alemanha).
Teerão aceitou suspender o seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções económicas.
Em maio, o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu retirar o país do acordo e repor as sanções levantadas. Os restantes signatários do acordo mantiveram o compromisso com o Irão.
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