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Trânsito na mega ponte ficou "aquém das expectativas" no primeiro mês

A autoridade que gere a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau admitiu hoje que, no primeiro mês desde a abertura, o trânsito ficou "aquém das expectativas" e que existe "grande espaço" para aumentar o fluxo de veículos, prevendo maior acesso.

Trânsito na mega ponte ficou "aquém das expectativas" no primeiro mês
Notícias ao Minuto

14:12 - 30/11/18 por Lusa

Mundo Autoridades

"O volume de trânsito foi baixo", afirmou Yu Lie, vice-diretor do organismo que gere a infraestrutura, num encontro com jornalistas na sede, em Zhuhai, cidade da China continental que faz fronteira com Macau.

Segundo dados do ministério chinês dos Transportes, no primeiro mês desde a abertura, a 22 de outubro, a ponte serviu 1,79 milhão de passageiros, enquanto apenas 2,42% das deslocações foram para transporte de mercadorias.

Os autocarros compõem mais de 75% dos veículos de passageiros que utilizaram aquela infraestrutura, detalhou a mesma fonte.

Apontando que o fluxo de veículos ficou "muito abaixo" do previsto, e que a utilização da ponte foi feita "sobretudo" por pessoas que queriam experienciar a travessia, Yu admitiu o alargamento das quotas para circular na ponte.

"Após um período inicial, terá de ser feita uma avaliação, e há a possibilidade de aumentar o número de quotas", explicou Yu Lie, apontando a possibilidade de, a "longo prazo", todos os carros de Macau e Hong Kong usarem a ponte.

Atualmente, Macau tem direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte.

O responsável previu "cada vez menos controlo", à medida que o projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província de Guangdong, se tornar uma realidade.

"Devido à atual política 'um país, dois sistemas', e diferentes regras de trânsito, este é um processo preliminar. É preciso esperar que o projeto da Grande Baía esteja implementado", afirmou. "Haverão mais medidas no sentido de integrar os territórios. O transporte é uma componente importante nesse plano", descreveu.

Hong Kong e Macau foram integrados na República Popular da China em 1997 e em 1999, respetivamente, com o estatuto de regiões administrativas especiais, sob a fórmula 'um país, dois sistemas'.

De acordo com esta fórmula, as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam em Hong Kong e Macau, (exceto nas áreas da Defesa e Relações Externas, que são da competência do governo central chinês) e os dois territórios gozam de "um alto grau de autonomia".

Yu não previu, contudo, um alargamento das quotas para veículos do continente chinês: "Por questões ambientais ou de densidade populacional, é impossível permitir o acesso a todos", disse.

A ponte custou aos governos de Macau e de Hong Kong e da província de Guangdong cerca de 1,9 mil milhões de euros.

Questionado pela agência Lusa sobre a viabilidade económica da ponte, Yu admitiu que, num período inicial, a obra não será rentável, mas que, na totalidade dos próximos 30 anos, as receitas deverão cobrir as despesas com empréstimos e respetivas taxas de juro.

"As receitas iniciais são relativamente baixas, teremos escassez de fundos, mas contamos que os três governos subsidiem os custos nos primeiros cinco a dez anos", disse.

"Também por isso esperamos que as autoridades relaxem a limitação de quotas o mais brevemente possível, para aumentar as receitas com portagens. Estamos confiantes nos benefícios", apontou.

Considerada a maior travessia marítima do mundo, a estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros.

A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.

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