Vaticano debate directrizes para reutilização de igrejas
O Vaticano está a desenvolver diretrizes para a reutilização de igrejas católicas e para ajudar a manter a sua herança cultural e servir a comunidade.
© Reuters
Mundo Herança
As regras serão debatidas entre hoje e sexta-feira num congresso internacional sobre a gestão dos bens culturais eclesiásticos com o título 'Deus não mora mais aqui?'.
A "dispensa de lugares de culto e a gestão integrada de bens eclesiásticos culturais" é o tema da iniciativa, promovida pelo Conselho Pontifício para a Cultura, em colaboração com a Conferência Episcopal Italiana e a Universidade Pontifícia Gregoriana.
O programa inclui a discussão e aprovação de diretrizes para desafetação ao culto e reutilização de locais de culto, assim como uma intervenção da diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, Sandra Costa Saldanha, sobre a experiência portuguesa.
Segundo a agência Ecclesia, um dos exemplos portugueses é antiga igreja de São Julião, em Lisboa, que foi adquirida pelo Banco de Portugal à Arquiconfraria de São Julião, em 1933, e hoje alberga o Museu do Dinheiro.
Numa mensagem dirigida aos participantes, o papa Francisco exortou-os a lembrar que as igrejas e a arte religiosa "são testemunhas da fé da comunidade" e pediu que qualquer decisão sobre sua venda ou reutilização considere as necessidades dos pobres e seja tomada "em diálogo" com a comunidade.
"A constatação de que muitas igrejas, até há poucos anos necessárias, mas que já não o são por falta de fiéis e do clero ou devido a uma distribuição diferente da população, deve ser acolhida na Igreja não com ansiedade, mas como um sinal dos tempos que nos convida à reflexão e exige que nos adaptemos", disse o papa.
Segundo o pontífice, esta reflexão, iniciada há muito tempo no meio académico, já foi abordada em alguns episcopados, considerando que a conferência, que decorre até sexta-feira, contribuirá para perceber a magnitude da questão e partilhar experiências.
No encontro participam delegados das conferências episcopais da Europa e de alguns países da América do Norte e Oceânia.
"A conferência certamente dará sugestões e indicará linhas de ação, mas as escolhas concretas e definitivas serão dadas aos bispos. Recomendo vivamente a todos que cada decisão seja o resultado de uma reflexão conduzida dentro da comunidade cristã e em diálogo com a comunidade civil", enfatizou o Papa.
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