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Líder de guerrilha da Colômbia alvo de mandado hospitalizado em Cuba

O líder do Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolas Rodríguez, conhecido como "Gabino", cuja detenção o Governo da Colômbia exige via Interpol, está a receber tratamento numa clínica de Havana, indicou o negociador-chefe da guerrilha colombiana.

Líder de guerrilha da Colômbia alvo de mandado hospitalizado em Cuba
Notícias ao Minuto

06:43 - 28/11/18 por Lusa

Mundo Interpol

Gabino, de 68 anos, chegou a Cuba "por volta de 16 de julho", passando pela Venezuela, e encontra-se atualmente hospitalizado em Havana, disse na terça-feira Pablo Beltrán, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

"Ele deverá regressar em breve" à Colômbia, acrescentou o chefe da equipa negocial do ELN nas conversações de paz, escusando-se a precisar a natureza exata do tratamento, mas assegurando que o líder guerrilheiro não padece de qualquer doença em "fase terminal".

A presença em Cuba do líder do ELN, último grupo de guerrilha ativo na Colômbia, foi muito criticada nos últimos dias pelo Governo do Presidente Ivan Duque (no poder desde agosto), que pediu ao regime cubano para proceder à sua detenção.

Cuba foi palco, durante quatro anos, das negociações de paz entre o executivo de Bogotá e a principal guerrilha colombiana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), concluídas com a assinatura de um acordo de paz histórico no final de 2016, e deverá acolher as conversações de paz do ELN, atualmente suspensas.

O Governo colombiano tinha "pleno conhecimento" da deslocação de Gabino a Cuba, assegurou Pablo Beltrán.

Segundo mensagens de correio eletrónico a que a AFP teve acesso, o Alto-Comissário para a Paz do Governo cessante de Juan Manuel Santos autorizou a viagem por razões humanitárias e pediu a Havana que recebesse Gabino e ao Governo venezuelano que autorizasse a passagem pelo seu território e garantisse o seu transporte.

Beltrán classificou como um "gesto muito hostil" a polémica levantada pelo atual Governo colombiano: "É uma maneira de procurar um pretexto para perturbar o processo de paz".

As negociações com o ELN ainda não foram retomadas devido às condições impostas pelo Presidente Duque: que a guerrilha liberte todos os seus reféns e ponha fim às suas "atividades criminosas".

O grupo guerrilheiro, inspirado nas ideias do revolucionário Che Guevara, que nasceu em 1964 a partir de uma revolta camponesa, rejeitou tais condições, recordando que foi acordado com o Governo de Juan Manuel Santos que as negociações prosseguiriam apesar dos confrontos na Colômbia.

O ELN, que conta com 1.500 combatentes, tem ainda em cativeiro pelo menos dez pessoas, segundo o executivo.

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