China suspende alteração que permitiria o comércio de tigre e rinoceronte
A China suspendeu a alteração à lei que permitiria o comércio de produtos feitos à base de partes de tigres e rinocerontes em perigo de extinção, após o protesto de vários grupos de defesa dos animais.
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Mundo Lei
A agência noticiosa oficial Xinhua cita hoje Ding Xuedong, funcionário do Conselho de Estado, que informa que a alteração que permitiria o comércio de chifres de rinoceronte e ossos de tigre, sob "circunstâncias especiais", foi "suspensa para análise".
"Os departamentos relevantes do Governo chinês vão em breve continuar a organizar campanhas especiais de combate focadas em travar o comércio ilegal de rinocerontes, tigres ou produtos derivadas destes animais", afirmou Ding, citado pela agência.
"Vamos lidar com ações ilegais de forma rigorosa", acrescentou.
A agência detalha que a interdição total da importação e exportação de partes daqueles animais, que estão em perigo de extinção, ou o seu uso na medicina tradicional chinesa, vão-se manter.
Ding não esclareceu se a suspensão significa que a decisão pode ser revogada.
Ossos de tigre e chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional chinesa, apesar da falta de evidência sobre a sua eficácia no tratamento de doenças e do impacto na vida selvagem.
No mês passado, as autoridades afirmaram que iriam permitir o comércio à base de partes do corpo de tigres e rinocerontes, sob "circunstâncias especiais", levando a protestos de grupos de defesa dos animais.
O Fundo Mundial para a Natureza considerou que a decisão de Pequim iria ter "consequências devastadoras a nível global", ao permitir que caçadores furtivos e contrabandistas se ocultassem por detrás do comércio legal.
O Partido Comunista Chinês, partido único na China, raramente responde à pressão internacional, e a decisão parece refletir preocupações sobre a reputação do país como apoiante da preservação do ambiente.
A China é já um dos principais destinos para partes de animais em risco de extinção, incluindo marfim e pele de elefante, ou carne e escalas de pangolim.
Em 2016, o Fundo Mundial para a Natureza e o Global Tiger Forum contabilizaram cerca de 3.890 tigres, em todo o mundo. Estimativas apontam para menos de 30.000 rinocerontes.
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