MNE francês nega ter recebido informações turcas sobre Khashoggi
O ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, negou hoje ter recebido informações turcas sobre a morte em Istambul do jornalista saudita Jamal Khashoggi, como tinha sido anunciado no sábado pelo Presidente da Turquia.
© Reuters
Mundo Jean-Yves Le Drian
"Neste momento, não tenho conhecimento" de informações transmitidas pela Turquia, disse Le Drian ao canal France 2, acrescentando: "Se o Presidente turco tem informações a dar-nos, é preciso que as dê".
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou no sábado ter partilhado com Washington, Berlim, Paris, Londres "e outros" as gravações da morte de Khashoggi no consultado saudita em Istambul.
Interrogado sobre a possibilidade de se tratar de uma mentira do chefe de Estado turco, o chefe da diplomacia francesa disse que Erdogan tem "um jogo político particular nesta circunstância".
Le Drien acrescentou que a prioridade de França é apurar a verdade: "A nossa posição é a verdade - as circunstâncias, os culpados - e de seguida tomaremos as sanções necessárias".
O jornalista saudita morreu a 02 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde se dirigiu para tratar de burocracias relacionadas com o seu casamento com uma cidadã turca.
Mais de um mês depois, o seu corpo ainda não foi encontrado.
Após terem garantido que Khashoggi saíra vivo do consulado, as autoridades sauditas acabaram por reconhecer a sua morte, numa operação "não autorizada" por Riade.
O Ministério Público turco declarou recentemente que Jamal Khashoggi, de 59 anos, foi estrangulado e posteriormente desmembrado no consulado saudita em Istambul.
Segundo as autoridades turcas, o jornalista era esperado no consulado por um comando de 15 agentes sauditas que viajaram para a cidade turca algumas horas antes e regressaram à Arábia Saudita naquela mesma noite.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou recentemente numa coluna publicada no jornal americano The Washington Post que está certo de que a ordem para matar o jornalista dissidente surgiu "do mais alto nível" do poder da Arábia Saudita.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
No final de outubro, a Alemanha decidiu deixar de de vender armas a Riade e apelou aos países europeus para que o fizessem também, medida que foi até agora rejeitada pela França, grande fornecedor de armas à Arábia Saudita.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com