No seio de um país destruído por uma guerra civil, Adel al-Shorbagy transformou a sua casa num refúgio para trabalhar a construção. Todos os dias, mais de 700 crianças da cidade de Taiz, no Iémen, formam fila para entrar na residência do professor.
O docente decidiu abrir a escola improvisada pouco depois de estalar a guerra, indicando que não tinha para onde enviar as suas filhas. "Todas as escolas fecharam e tínhamos um problema, as crianças estavam na rua. Abrimos este edifício como uma iniciativa da comunidade. É o meu dever nacional e humanitário perante a minha comunidade", indicou al-Shorbagy à Reuters.
As crianças que recebem têm entre os seis e os 15 anos de idade e espalham-se por divisões separadas por cortinas. As condições de que dispõe são básicas, mas as turmas continuam a crescer, para receber aulas que incluem matemática, ciências e inglês.
Recorde-se que o Iémen está em guerra civil há três anos e meio. O conflito, de acordo com a ONU, tornou 8,4 milhões de pessoas dependentes de assistência alimentar de emergência e colocou 75% dos seus 22 milhões de habitantes a precisarem de ajuda. A mesma agência esclarece que, se nada for feito, o número de pessoas dependentes de rações de ajuda humantária para sobreviver poderá chegar aos 14 milhões.
Recorde a história de Amal Hussein, uma menina dada a conhecer por uma reportagem do New York Times para alertar para o grave problema da fome no país. O mesmo jornal revelou, no dia 1 de novembro, que a criança de 7 anos de idade morreu.