MNE: Rússia não vai interferir nas eleições da Bósnia-Herzegovina
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse hoje que Moscovo não deseja interferir nas eleições do próximo mês na Bósnia, uma nação etnicamente dividida e onde existe uma forte influência russa entre os sérvios do país.
© Reuters
Mundo Sergei Lavrov
Sergei Lavrov disse hoje, após reuniões com autoridades em Sarajevo, capital da Bósnia, que a Rússia respeitará o resultado das eleições gerais de 7 de outubro, seja qual for o resultado.
Analistas alertaram que a visita de Lavrov poderia ser vista como um apoio ao nacionalista Milorad Dodik, líder da entidade sérvia da Bósnia.
Depois da visita a Sarajevo, Lavrov dirigiu-se para a cidade principal da Bósnia-Herzegovina, Banja Luka, onde deverá ser recebido por milhares de pessoas.
As entidades muçulmano-croata e sérvia estabeleceram um acordo de paz mediado pelos Estados Unidos que pôs fim ao sangrento conflito que ocorreu entre 1992 e 1995 no país.
Mais de 100.000 pessoas morreram neste conflito.
Desde o final da guerra civil interétnica com a assinatura dos acordos de Dayton que a Bósnia-Herzegovina está dividida em duas entidades, a Federação croato-bosníaca e a República Srpska (RS/a entidade dos sérvios da Bósnia).
Estão unidas por frágeis instituições centrais comuns, cuja autoridade é cada vez menos respeitada.
Segundo o último recenseamento, em 2013, a Bósnia tem 3,5 milhões de habitantes, com cerca de 50% de bosníacos (muçulmanos), 33% de sérvios e 15% de croatas.
Entre os fundadores em 1992 da RS inclui-se Radovan Karadzic, o ex-líder político condenado a 40 anos de prisão pelo extinto tribunal de Haia para a Jugoslávia (TPIJ) por genocídio e crimes contra a humanidade no decurso da guerra civil.
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