Que Steve Jobs era um profissional duro e exigente dentro da Apple não era segredo para ninguém. Mas que essa era também a posição por si assumida junto daqueles que lhe eram mais próximos, poucos o saberiam.
O homem que encantava multidões com a tecnologia que desenvolvia seria, fora das luzes da ribalta, um homem antissocial. Quem o diz é a sua filha, que num livro que agora lançou, revela a relação rígida que mantinha com o pai.
Lisa Brennan Jobs, que poucas vezes veio a público, escreve agora as memórias que tem da sua relação com o pai. Na obra ‘Small Fry’, a mulher de 40 anos diz que acredita que o comportamento do pai se justifica pelo facto de este querer incutir-lhe os seus valores, admitindo que ser filha de Steve Jobs era um misto de “orgulho e amargura”.
Steve Jobs tinha 23 anos quando nasceu Lisa. Negou, então, a paternidade da criança, obrigando a sua mãe, a artista Chrisann Brennan, a recorrer a apoios sociais para a sustentar. Jobs decidiu ajudar só quando se viu judicialmente forçado a fazê-lo.
Apesar disso, há quem diga que foi por causa da filha que deu ao seu primeiro computador o nome de Lisa, embora nunca o tenha admitido.
Lisa recorda o pai como uma pessoa fria, de poucos afetos, mas recorda uma surpresa que lhe fez ao levá-la numa viagem ao Japão.
Partilha, ainda, que às portas da morte, depois de perder a luta contra um cancro, lhe pediu desculpas por não ter passado mais tempo com ela, por se ter esquecido dos seus aniversários e por não lhe ter devolvido as chamadas.
A família de Steve Jobs não terá a mesma opinião de Lisa e à Time revela que leu as suas memórias com “tristeza” pois não é desta forma que recorda o fundador da Apple.
Já Lisa indica que o seu objetivo não “é condenar o pai mas sim aliviar a vergonha que sentiu em criança.