UE denuncia desigualdades eintimidação de eleitores no Zimbabué
Os observadores da União Europeia (UE) denunciaram hoje "a desigualdade de oportunidades" entre os candidatos às eleições gerais de segunda-feira no Zimbabué, assim como a intimidação de eleitores e a falta de confiança no processo eleitoral.
© Reuters
Mundo Observadores
"O clima político melhorou, [...] a votação decorreu de forma pacífica, mas a desigualdade de oportunidades, a intimidação de eleitores e falta de confiança no processo eleitoral minaram o ambiente pré-eleitoral", avalia a UE em comunicado.
A mesma nota indica que os observadores no terreno constaram "esforços para prejudicar a expressão em liberdade da vontade dos eleitores", com o chefe da comitiva, Elmar Brok, a denunciar "intimidações ligeiras, pressões e restrições" contra os eleitores para que estes votassem "a favor do partido do poder".
"Os direitos políticos foram, em grande parte, respeitados, mas há preocupações quanto ao clima das eleições e à utilização incorreta dos meios de comunicação", acrescentou Brok numa conferência de imprensa, em Harare.
O partido do governo União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla inglesa) conquistou a maioria absoluta dos lugares na Assembleia Nacional, segundo resultados oficiais das eleições gerais de segunda-feira anunciados hoje.
Das 153 circunscrições, "o Zanu-PF obtém 110 mandatos, enquanto o MDC (Movimento para a Mudança Democrática) obtém 41 lugares" na Assembleia Nacional, anunciou a rádio pública ZBC, citando dados da comissão eleitoral. A Assembleia Nacional tem um total de 210 lugares.
Este é primeiro ato eleitoral desde a queda do Presidente Robert Mugabe.
Já os resultados da votação que servem para eleger o próximo presidente do Zimbabué ainda não foram anunciados, uma situação que levou já a oposição a falar em fraude eleitoral.
"Recebemos os resultados de nossos representantes (...). Os resultados mostram além de uma dúvida razoável que ganhámos as eleições e que o próximo presidente do Zimbabué é Nelson Chamisa", o líder do MDC, afirmou na terça-feira um alto funcionário do partido, Tendai Biti.
Nelson Chamisa declarou que liderará protestos pacíficos se a votação for considerada irregular.
Por seu lado, o Presidente Emmerson Mnangagwa, candidato e líder da ZANU-PF, partido que governa o Zimbábue desde 1980, garantiu estar confiante na vitória.
"A informação obtida pelos meus representantes no campo é extremamente positiva", sublinhou também na terça-feira.
De acordo com a Comissão Eleitoral, "não houve fraude" nas eleições, as primeiras desde que Robert Mugabe, no poder durante 37 anos, abandonou o cargo em novembro, sob pressão militar.
Segundo aquela entidade, a taxa de participação foi de cerca de 75% e a votação decorreu de forma pacífica.
Se nenhum candidato obtiver a maioria de votos será realizada uma segunda volta presidencial a 08 de setembro.
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