Mais de dois terços dos filipinos contra reforma constitucional no país
Dois em cada três filipinos não querem a reforma constitucional que tem como objetivo tornar o país num Estado Federal, de acordo com uma sondagem realizada pela consultora independente Pulse Ásia.
© Getty Images
Mundo Consultora
Mais de um terço dos entrevistados são da opinião de que a Constituição não deve ser emendada de forma alguma, enquanto 30% declararam que estão abertos a modificar a Magna Carta no futuro, mas não nos moldes que estão a ser atualmente considerados. Apenas 18% defendem que a atual Constituição de 1987 deve ser alterada imediatamente.
A pesquisa, realizada com uma amostra de 1.800 eleitores entre 15 e 21 de junho, revelou que a oposição à reforma cresceu cinco pontos percentuais em relação à pesquisa de março.
Um dos compromissos eleitorais do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, foi precisamente o de transformar o país num Estado Federal. Segundo Duterte, esta alteração vai trazer mais riqueza às Filipinas, sendo por isso necessário promulgar uma nova Constituição.
Para que tal aconteça, o Governo nomeou um comité consultivo, composto por 22 magistrados, advogados e deputados que estão a preparar o esboço da nova Constituição, embora o texto final tenha de ser aprovado pelo parlamento.
A minuta foi entregue na semana passada ao executivo e espera-se que Duterte divulgue as principais alterações constitucionais durante o discurso anual sobre o estado da nação, na Câmara dos Deputados, no dia 23 de julho.
O estabelecimento de um Estado Federal no país é considerado um ponto de partida para o cumprimento do acordo de paz assinado em 2014 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI).
O primeiro projeto foi assinado em 2014 pelo antigo Presidente filipino Benigno Aquino, mas o Parlamento recusou aprovar o documento.
Em 2017, Rodrigo Duterte prometeu mais autonomia para a minoria muçulmana no sul do país, numa tentativa de isolar os rebeldes islâmicos que controlam Marawi.
Duterte comprometeu-se a submeter ao Parlamento o projeto de lei fundamental, apelidado de Bangsamoro e que visa a criação de uma região autónoma, redigido em conjunto por responsáveis do Governo e da Frente Moro.
A rebelião começou na década de 1970 e causou cerca de 150 mil mortes, tornando-se uma das mais longas e mortais na Ásia.
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