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Governo birmanês procura acordo de paz com minorias em conferência

A líder birmanesa Aung San Suu Kyi e o comandante militar do país deram hoje início a uma conferência com representantes de minorias étnicas para alcançar um acordo de paz duradouro, após sete décadas de conflitos armados.

Governo birmanês procura acordo de paz com minorias em conferência
Notícias ao Minuto

10:06 - 11/07/18 por Lusa

Mundo Naypyidaw

A terceira sessão da Conferência Panglong do século 21 deverá prolongar-se por cinco dias e segue-se aos encontros realizados em agosto de 2016 e em maio de 2017.

As duas anteriores sessões fracassaram na obtenção de um entendimento entre o Governo, os militares e os rebeldes étnicos.

Desde 2015 que o Governo birmanês promoveu um acordo de cessar-fogo, assinado por vários grupos étnicos minoritários.

Contudo, alguns dos principais grupos rebeldes, especialmente no norte do país, recusam comprometer-se enquanto os termos do acordo não forem conhecidos.

O evento toma o nome da conferência original, em 1947, promovida pelo pai de Suu Kyi, general Aung San, líder de um Governo provisório quando o país se preparava para ser independente do Reino Unido.

Um acordo assinado por Aung San e alguns dos grupos étnicos minoritários estabelecia uma autonomia significativa para as minorias.

Pouco tempo depois, o general foi assassinado e o acordo esquecido.

Os grupos étnicos birmaneses têm acusado o poder de não honrar o pacto de 1947.

Apesar de, no âmbito da conferência, só serem autorizadas as minorias signatárias do cessar-fogo de 2015, o Governo de Myanmar (antiga Birmânia) convidou uma aliança política de grupos étnicos armados não-signatários oriundos do norte do país, em muitos casos conhecida como Aliança do Norte, para participar na conferência.

Aquela aliança será autorizada a assistir às discussões de grupos, mas não poderá falar, indicou o porta-voz do Governo, Zaw Htay.

Suu Kyi tinha já pedido a todos os grupos étnicos armados para assinarem o cessar-fogo.

O Governo do país, liderado pela Liga Nacional para a Democracia, da prémio Nobel da Paz, prometeu que a paz seria a sua prioridade se chegasse ao poder em 2016, mas desde então tem sido fortemente criticado na sequência da repressão militar contra os muçulmanos rohingya, e também por não conseguir travar ações de violência contra outras minorias.

Cerca de 900.000 rohingya, de religião muçulmana, fugiram de Myanmar desde agosto de 2017 para escapar à violência, considerada pela ONU como uma limpeza étnica promovida pelo exército do país, de maioria budista.

Os rohingya pretendem o reconhecimento dos seus direitos em Myanmar, onde são considerados imigrantes ilegais provenientes do Bangladesh, e garantias sobre o regresso em segurança às suas aldeias, na generalidade situadas junto à fronteira comum.

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