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Brexit: Organização empresarial junta-se a ultimato ao governo

Uma organização empresarial que junta 52 câmaras de comércio de todo o Reino Unido juntou-se hoje a congéneres no ultimato ao governo para exigir mais clareza sobre a relação com a União Europeia após o Brexit.

Brexit: Organização empresarial junta-se a ultimato ao governo
Notícias ao Minuto

15:13 - 03/07/18 por Lusa

Mundo Reino Unido

As Câmaras de Comércio Britânicas (BCC na sigla inglesa) emitiram um comunicado onde lamentam a falta de progresso na resposta a 24 questões que identificaram como necessitando de resposta urgente para as suas cerca de 75 mil associadas poderem preparar-se.

Entre a lista perguntas estão dúvidas sobre se as empresas terão de pagar IVA sobre bens na origem, se as empresas de serviços terão de estar registadas em todos os Estados-Membros da UE onde têm clientes, se as empresas poderão transferir pessoal entre a UE e o Reino Unido utilizando os atuais processos ou se as empresas britânicas poderão participar em projectos de Investigação e Desenvolvimento europeus após 2020.

A organização, responsável por mais de cinco milhões de postos de trabalho, "alerta que a incerteza constante sobre o quotidiano das empresas está a provocar uma desaceleração significativa no investimento empresarial".

Adam Marshall, presidente da BCC, avisou que "a paciência das empresas está a chegar ao ponto de ruptura" e pediu aos políticos para porem fim às guerras fúteis entre si.

"Estas não são 'vozes de sereias' ou interesses especiais. São as preocupações práticas do mundo real de empresas de todos os tamanhos e setores, em todas as partes do Reino Unido", disse.

O apelo junta-se ao de outras organizações, como a do Conselho dos Serviços Profissionais e Empresariais, que representa empresas que trabalham no setor de serviços como advogados ou contabilistas e empregam 4,6 milhões de pessoas, que escreveu hoje uma carta aberta à primeira-ministra, Theresa May, onde reafirma a importância desta indústria.

Nas últimas semanas foi sugerido que o governo poderá tentar negociar um acesso dos bens britânicos ao mercado único europeu, deixando de fora o setor dos serviços.

Na semana passada, foi a vez de confederações empresariais CBI e da plataforma sindical TUC emitirem um comunicado inédito em conjunto onde pediram que as negociações fossem aceleradas.

"O custo de uma falta de acordo entre o Reino Unido e a UE seria terrível para empresas, trabalhadores e comunidades onde eles vivem. Nos tempos incertos que vivemos, apelamos aos negociadores de ambos as partes para colocarem empregos e prosperidade antes da política, ao procurar soluções que serão importantes para as próximas gerações", referiram.

A saída do Reino Unido da União Europeia está agendada para 29 de março de 2019, a que se deverá seguir um período de implementação até 31 de dezembro de 2020, mas as negociações chegaram a um impasse devido a falta de uma solução para evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Theresa May enfrentado divisões dentro do próprio núcleo duro do governo entre adeptos de um Brexit ?suave' que garanta o acesso ao mercado único ou união aduaneira e ministros que querem um divórcio mais radical, que ofereça maior liberdade para negociar acordos comerciais com países terceiros.

Um encontro esta sexta-feira na casa de campo da primeira-ministra com alguns membros do governo pretende por fim às discussões e chegar a um consenso sobre o modelo que vai ser proposto ao negociador chefe dos 27, Michel Barnier.

Na semana seguinte é esperada a publicação de um Livro Branco onde, segundo May, serão dados mais detalhes sobre a "forte parceria o Reino Unido quer ver com a União Europeia no futuro".

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