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Por Espanha, as restaurações continuam difíceis. Eis o novo 'Ecce Homo'

Estátua com 500 anos parece ter rejuvenescido via cirurgia plástica facial. É a segunda vez que uma obra de arte centenária é arruinada em Espanha por causa de uma restauração que corre mal.

Por Espanha, as restaurações continuam difíceis. Eis o novo 'Ecce Homo'
Notícias ao Minuto

12:44 - 26/06/18 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo Arte

A restauração de uma efígie de São Jorge, situada dentro de uma igreja de Estella, município espanhol localizado em Navarra, poderá tornar-se destino de peregrinação dos curiosos e não por bons motivos. A estátua policromática datada do século XVI, que pretende ilustrar a luta de São Jorge contra um dragão, tem agora um rosto que parece ter sido submetido a uma ritidoplastia.

Este é o segundo caso de uma igreja espanhola que é ludibriada por um restaurador menos capaz. Recorde-se a celebre restauração do ‘Ecce Homo’, fresco de Elías García Martínez, que foi adulterado pelas boas intenções de uma paroquiana de 80 anos, Cecilia Gimenez. O resultado foi tão mau que o fresco levou milhares de visitantes à localidade de Borja, em Saragoça.

De acordo com o autarca de Estella, Koldo Leoz, citado pelo El Mundo, o trabalho realizado por uma professora da localidade, a pedido do pároco da igreja de San Miguel de Estella, onde está a efígie. O pedido, porém, foi feito sem o conhecimento da autarquia e sem o conhecimento das autoridades competentes, clarifica Leoz.

Notícias ao MinutoImagem da estátua de São Jorge antes e depois da famigerada restauração© Reprodução ArUsSL

O autarca publicou no Twitter a imagem de uma das notícias sobre o assunto, lamentado a situação: "Hoje, Estella (Lizarra em basco) é notícia não pelo seu património histórico, artístico, arquitetónico e cultural em geral, é notícia por uma lamentável intervenção numa estátua de São Jorge do século XVI".

A restauração é agora, naturalmente, motivo de piada nas redes sociais, surgindo repetidamente a comparação com o caso do fresco 'Ecce Homo'. A reincidência deste tipo de 'crime' artístico já levou, inclusive, alguns oficiais a pedir que sejam passadas multas em situações deste género.

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