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PSOE insiste que o tempo de Rajoy "acabou"

O líder do PSOE, Pedro Sánchez, afirmou hoje em Madrid que o tempo do governo do Partido Popular "acabou", insistindo que "não há qualquer cálculo político ou eleitoral que justifique a permanência de Mariano Rajoy no Governo".

PSOE insiste que o tempo de Rajoy "acabou"
Notícias ao Minuto

12:00 - 29/05/18 por Lusa

Mundo Pedro Sánchez

Sánchez, que se reuniu esta manhã no parlamento com os deputados de senadores do PSOE (Partido Socialista Operario Espanhol), acusou Rajoy de ter posto em perigo a coesão social e territorial de Espanha, a credibilidade do país na União Europeia e dos partidos políticos perante os cidadãos.

O PSOE apresentou na passada sexta-feira uma moção de censura contra o presidente do Governo, apenas 24 horas depois da sentença no "caso Gurtel", um esquema de correpção que condenou vários membros do PP (Partido Popular, direita), assim como o próprio partido.

Pedro Sánchez, que não é deputado nem senador, foi explicar esta manhã as razões que o levaram a avançar com a moção de censura aos membros socialistas no Congresso dos Deputados (parlamento) e Senado (câmara alta).

O parlamento vai discutir a moção na quinta e sexta-feira, estando o PSOE longe de ter assegurado o apoio de metade mais um dos 350 deputados necessários para aprovar a proposta.

Para o secretário-geral do PSOE, a única pergunta que todos os deputados têm de responder na sexta-feira, quando a moção de censura for votada, é se "depois de se ter conhecido a sentença do caso Gurtel, Mariano Rajoy pode continuar como presidente do Governo".

A moção só seria bem sucedida se fosse apoiada pelo quarto maior partido no parlamento espanhol, o Cidadãos (direita liberal) que já anunciou que defende a marcação de eleições e não uma moção de censura que iria implicar um Governo liderado pelo PSOE, ao qual se opõem.

O Cidadãos defende eleições "imediatas" porque as sondagens apontam que este partido estaria a subir muito nas intenções de voto dos espanhóis, podendo mesmo aspirar a ser o primeiro partido na assembleia em caso de consulta eleitoral.

O Unidos Podemos (extrema-esquerda) e terceira maior força no parlamento é até agora a única força que assegurou o apoio a uma moção, se os socialistas avançarem nesse sentido.

O sucesso da moção de censura depende, assim, do apoio, pouco provável, de uma série de formações políticas nacionalistas e separatistas.

A Audiência Nacional, que julga os casos mais graves de corrupção, aplicou na passada quinta-feira penas elevadas a uma série de políticos e empresários envolvidos no caso Gurtel.

O próprio partido do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, foi multado em 245 mil euros por ter beneficiado do esquema ilegal que se baseava em conceder contratos públicos a empresas em troca de dinheiro.

Mariano Rajoy, chamado a prestar declarações ao tribunal, em julho de 2017, afirmou na altura que não estava a par dos casos de corrupção quando estes tiveram lugar a partir de 1999 e que ele próprio decidiu, em 2004, cortar as relações que havia entre o PP e Francisco Correa, cujas empresas forneciam serviços a esse partido.

Este empresário, que é considerado o "cérebro" do "caso Gurtel", foi condenado a mais de 52 anos de prisão.

Durante o julgamento, Francisco Correa explicou um esquema em que entregava "envelopes" com dinheiro a funcionários públicos e responsáveis políticos eleitos pelo PP, para ajudarem certas empresas "amigas" a ganharem contratos de direito público.

Mariano Rajoy nunca foi envolvido diretamente no caso Gurtel, mas os seus cargos de responsabilidade no PP têm levado os opositores a acusá-lo de ter "fechado os olhos" ao esquema.

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