Reprogramação de células imunes pode ser o segredo no combate ao cancro
Foi dado mais um passo pela ciência no recurso à imunoterapia no combate ao cancro.
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Uma equipa de investigadores do Centro de Pesquisa para o Cancro Fred Hutchinson acaba de dar mais um passo no recurso à imunoterapia na luta contra o cancro, uma terapêutica que se tem assumido como eficaz e eleita entre o corpo clínico e científico.
Depois de terem mostrado, no início do ano passado, que a técnica de alteração de células consegue reverter e anular o cancro em nove em cada dez pacientes de leucemia linfoblástica aguda (LLA), os investigadores norte-americanos revelam que esta técnica pode ser eficaz noutros tipos de cancro, tendo realizado recentemente testes em ratos de laboratório e cujo resultado se mostrou bastante promissor.
Conta o site Phys.Org que, neste novo estudo, os cientistas recorreram à criação de nanopartículas biodegradáveis para reprogramar geneticamente as células, que passam a ser capazes de identificar e destruir as células T sem colocar em risco a saúde das células boas e sem ter de extrair as células cancerígenas para manipulação em laboratório.
Esta terapia mostrou ainda ser capaz de transformar as células T em células T CAR (recetor de antigénio quimérico), que, por si só, fazem já frente às células doentes.
Publicado ontem na revista Nature Nanotechnology, o estudo revela que “as células reprogramadas começam a trabalhar entre 24 e 48 horas e continuam a produzir esses recetores por semanas”, algo que faz com que esta técnica de bioterapia seja eficaz a médio e longo prazo, algo que, diz o mentor do estudo Matthias Stephan, deixa o “sistema imunitário forte o suficiente para destruir as células cancerígenas antes que a doença se torne fatal”.
Por cá, a imunoterapia é também uma aposta. O investigador do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa Bruno Silva Santos disse que o melanoma, o cancro do pulmão e do rim e as leucemias estão a ter resultados "muito promissores" aos tratamentos de imunoterapia.
No início deste ano, um estudo espanhol revelou que a imunoterapia demonstrou ser mais eficaz do que a quimioterapia no tratamento do cancro da bexiga em estado avançado, naquele que é o primeiro avanço médico neste tipo de tumor em 20 anos.
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