A ginecologista Sherry Ross conta que falar sobre a vagina fora do consultório médico e do quarto continua a ser um grande tabu. Destaca que as mulheres raramente aprendem os detalhes da anatomia e do ‘funcionamento’ dos seus genitais e isso faz com que várias perguntas continuem por responder.
Qual é a melhor forma de conseguir um orgasmo? Com que frequência se espera ter um orgasmo? Devo ser capaz de chegar ao orgasmo durante a penetração? Porque é que nunca tive um orgasmo?
No livro que acaba de lançar ‘She-ology: The Definitive Guide to Women’s Intimate Health. Period.’ a ginecologista dedicou um capítulo ao orgasmo feminino e o Independent aproveitou para desvendar o ‘mistério’ sobre as mulheres que nunca têm orgasmos.
Certas práticas sexuais, tradições e tabus são passados de gerações em gerações, deixando muito pouco espaço para o prazer ou imaginação da mulher. Para algumas mulheres gostar da intimidade sexual e do sexo é difícil, se não impossível. Os estudos sugerem que 43% das mulheres reporta algum nível de dificuldade em ter prazer e 12% atribui as suas dificuldades sexuais ao stress pessoal. Para muitas delas a disfunção sexual é tratável, mas é preciso que falem com os seus médicos.
A Dra. Sherry Ross revela que entre 10 e 20% das mulheres – na casa dos 30, 40 e 50 anos – nunca tiveram um orgasmo. A inabilidade de ter um orgasmo pode refletir a incapacidade da mulher de conhecer a sua própria anatomia e pode nem ser um distúrbio. Para estas mulheres Sherry aconselha a masturbação e explica que devem descobrir o que lhes dá prazer e explorar a vagina e estimular o clitóris de forma a obtê-lo.
Mas também há mulheres que sofrem de Disfunção Sexual Feminina, que combina cinco problemas-chave: baixa libido ou transtorno de desejo sexual hipoativo (completa ausência de desejo sexual), sexo doloroso, distúrbio de excitação sexual, aversão ao sexo e incapacidade de chegar ao orgasmo.
O stress diário, falta de energia, problemas de dinheiro, na relação ou com os filhos podem contribuir para a falta de libido. Outras causas podem ainda ser: depressão, ansiedade, falta de privacidade, efeitos da medicação ou historial de abuso físico ou sexual.