São vozes ‘mudas’, que sem dizerem uma palavra conseguem lembrar-nos de algumas das tarefas que temos em mãos, como pagar as contas, ir ao supermercado ou enviar um SMS a desejar um feliz aniversário a um amigo. Mas estas vozes ‘mudas’ podem perder o controlo e dar vida a verdadeiras vozes dentro das nossas cabeças.
Como mostra o mais recente vídeo do canal do YouTube AsapSCIENCE – e que conta já com mais de um milhão de visualizações – há muito tempo que se defende que todas as pessoas ouvem vozes nas próprias cabeças. Num primeiro momento, acreditava-se que seria Deus a falar, agora sabe-se que é a pessoa a falar consigo mesma e de forma completamente inconsciente… embora aquilo que diz seja consciente.
Mas quando esta voz interna se multiplica e perde o controlo, podemos estar perante um estado de esquizofrenia, uma doença do foro psicológico (diferente do distúrbio da múltipla personalidade) que afeta 1% da população mundial. A esquizofrenia, explica o vídeo, pode ainda fazer com que estas vozes (leia-se, as alucinações auditivas) se ‘transformem’ em imagens, dando origem às mais variadas alucinações visuais e pensamentos desconectados (uma espécie de ideias que soam a crenças, mas que nem sempre fazem sentido, apenas para quem as diz).
As alucinações auditivas relacionadas com a esquizofrenia podem, também, ser causa e consequência simultânea de um estado depressivo, fazendo soar palavras de desespero, crítica e desistência.
Mas, porque é que algumas pessoas (especialmente as que padecem de esquizofrenia) têm mais vozes na cabeça do que outras? Porque possuem uma maior ativação do gene C4, uma proteína que controla funções imunitárias, de tolerância, de pensamento e de raciocínio, por exemplo. Mas não só.
Acredita-se que a presença de vozes (controladas ou não) na cabeça das pessoas pode ser uma combinação de fatores genéticos com fatores ambientais, uma espécie de cocktail que ditará a intensidade e a ‘personalidade’ dessas vozes associadas à esquizofrenia.
