Fazer uma análise microbiológica do leite materno poderá ajudar a tratar esta infecção que afeta pelo menos uma em cada dez mães na segunda e terceira semanas pós-parto e cerca de 95% das mães até às primeiras 12 semanas.
Segundo um estudo que será apresentado no XI Simpósio Internacional de Aleitamento Materno, nos próximos dias 15 e 16 de abril, em Berlim, a realização de uma colheita e um antibiograma ao leite materno facilitaria um diagnóstico certeiro das mastites infeciosas e a aplicação de um tratamento mais racional e eficaz.
Esta análise determina a sensibilidade ou a resistência de uma bactéria a um grupo de antibióticos, evitando os habituais casos de polimedicação das mães lactantes e o abandono prematuro do aleitamento materno.
As bactérias responsáveis por mais de 50% dos casos analisados pela equipa do Departamento de Nutrição, Dietética e Tecnologia dos Alimentos da Universidade Complutense de Madrid, liderada pelo médico Juan Miguel Rodríguez, são resistentes aos antibióticos que se costumam prescrever: amoxicilina, cloxacilina ou eritromicina, entre outros.
Os sintomas associados à mastite infeciosa são: dor intensa na zona do peito, sinais inflamatórios, como enrijecimento ou inchaço, e sintomas similares aos de uma gripe, como febre, calafrios, mal-estar geral, cefaleias, náuseas e, inclusive, vómitos.
Segundo o estudo, esta sintomatologia característica, só se observa em aproximadamente 15% das mulheres afetadas e, se não se trata adequadamente, pode derivar na formação de abcessos. Em 85% dos restantes casos a mastite só apresenta o sintoma de dor intensa. Isto faz com que o problema seja subestimado e não se diagnostique adequadamente, destaca em comunicado a empresa que promoveu o estudo, Medela.