O seu filho joga futebol? Atenção aos cabeceamentos
Além de não serem uma tarefa fácil, os golos de cabeça podem ser, na verdade, prejudiciais, principalmente entre os mais novos.
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Lifestyle Especialista
Alysson Muotri é um biólogo molecular brasileiro e tem um recado a dar a todos os pais: se o seu filho joga futebol, não o deixe cabecear a bola.
Num artigo assinado no site G1 da Globo, o especialista destaca os estudos científicos que têm vindo a ser feitos nas últimas duas décadas e que apontam para as mazelas cerebrais que determinadas modalidades provocam. E o futebol é uma delas.
De acordo com Muotri, as crianças que fazem cabeceamentos com frequência estão dentro da “área de risco”, isto é, estão suscetíveis a “danos cerebrais permanentes”.
“O trauma repetitivo, mesmo com intensidade baixa, contribui para que as lesões celulares aumentem, causando traumas irreversíveis”, diz o médico, explicando que esta situação tem o nome de “Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), descrita pela primeira vez em 2002”.
“Os sintomas são graves, e incluem depressão, demência, tremores e pensamentos suicidas. A condição também está associada a tendência ao uso de drogas”, continua, frisando que, em 2014, foi registrado o primeiro caso de um jogador de futebol com ETC.
“No mesmo ano, a Federação de Futebol dos Estados Unidos perdeu um processo judicial feito por famílias da Califórnia sobre negligência com lesões cerebrais e passou a recomendar a proibição das jogadas de cabeça em crianças menores de 10 anos, além de impor limites ao jogo aéreo com jogadores de 11 a 13 anos”, diz.
Uma vez que o cérebro humano apenas amadurece durante os “18-25 anos”, é importante “proibir o cabeceamento/jogo aéreo” no futebol infantil.
“Isto seria uma atitude sensata de proteção ao que temos de mais precioso em nosso país: o cérebro de nossas crianças, o único órgão que irá defini-las como indivíduos na nossa sociedade”, conclui.
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