Afinal, por que os cortes provocados por folhas de papel doem tanto?
Fisicamente, estes cortes minúsculos doem tanto sobretudo porque ocorrem fisicamente em partes do no corpo que são por si só mais sensíveis, como nos dedos, nos lábios ou na língua.
© BBC
Lifestyle A ciência explica
As redes nervosas destas partes especificas do corpo humano conseguem discriminar com excecional clareza e especificidade, as sensações de pressão, calor, frio ou de ferimento. Mais ainda, o cérebro humano tem áreas especializadas para receber sinais provenientes desses membros em alta definição, explica o médico e professor Gabriel Neal, docente na universidade norte-americana Texas A&M, em declarações à publicação Scientific American.
Estas excelentes capacidades sensitivas que integram os nossos dedos, lábios e língua, e que os tornam tão eficientes, tornam por sua vez todos os ferimentos nessas zonas mais dolorosos.
Essas áreas extremamente sensíveis são também partes do corpo que utilizamos constantemente. Ou seja, cortes nos dedos, nos lábios ou na língua tendem a reabrir durante o dia, e tendemos a reviver essa sensação de dor pungente uma e outra vez, aponta Neal.
Finalmente, a profundidade da ferida é perfeita para expor e excitar as fibras nervosas da pele sem as danificar do mesmo modo que um ferimento mais profundo e destrutivo faria, impedindo inclusive a sua habilidade para transmitir a sensação de dor.
Com um corte de papel, as fibras nervosas estão acesas, e completamente operacionais.
Como parar a dor
Primeiro, e de acordo com Neal, deverá lavar o corte logo que possível com água e sabão.
Tal reduzirá as hipóteses de infeção e ajudará a que a ferida sare mais rapidamente. Mantenha o ferimento limpo, e durante os primeiros dias cubra-o com um pequeno penso acolchoado, para impedir que reabra.
O especialista aponta ainda que apesar da trivialidade desses cortes, a verdade é que invocam uma resposta emocional complexa.
Afinal, os cortes provocados pelo papel lembram-nos das muitas vezes em que estávamos a fazer uma tarefa simples e ‘segura’ e que mesmo assim nos magoámos acidentalmente. Tornando-nos assim mais empáticos para com as dores dos outros, e um pouco mais humildes.
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