"É um assunto que me é caro, é importante a legalização da eutanásia"

'Sonhar com Leões' é o novo filme de Paolo Marinou-Blanco que estreou há uma semana, no dia 8 de maio, e traz à 'luz do dia' o debate sobre o direito à eutanásia. O Notícias ao Minuto conversou com o português João Nunes Monteiro, que não deixou de destacar a "importância da legalização da eutanásia".

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© Sonhar com Leões/PROMENADE

Marina Gonçalves
15/05/2025 10:55 ‧ há 6 horas por Marina Gonçalves

Cultura

João Nunes Monteiro

Amadeu é a personagem de João Nunes Monteiro em 'Sonhar com Leões', que trabalha numa funerária e vive com uma depressão desde a morte dos pais, em criança, sofrendo de insónia crónica. 

 

No decorrer do filme, inscreve-se num programa de uma empresa clandestina, a Joy Transition International, que promete ensinar a morrer sem dor. Por lá conhece Gilda, a protagonista interpretada pela atriz brasileira Denise Fraga, que acompanha depois numa viagem a Palma de Maiorca na procura de uma alternativa para a eutanásia. 

O Notícias ao Minuto entrevistou a protagonista, mas não deixou de falar também com o português João Nunes Monteiro, que nos explica que na preparação para a sua personagem "houve um estudo sobre a depressão, sobre a depressão crónica". "Ouvi alguns podcasts, vi bastantes filmes mas, sobretudo, foi em diálogo com o Paolo [Marinou-Blanco], o realizador, que descobrimos esta personagem. Foi com ele que descobrimos o tom e a energia necessária, e para esta personagem ter dignidade e dimensão quando fosse representada."

"Tive o trabalho bastante facilitado porque estava tudo no argumento, estava tudo muito bem escrito pelo Paolo também. Portanto, foi bastante preparado para o que era cada cena e tentámos representar da forma mais credível possível, dentro do absurdo que também existe no guião", acrescentou. 

Sendo este um tema sensível, especialmente em Portugal, a nossa realidade mais próxima, após questionado, João Nunes Monteiro partilhou com o Notícias ao Minuto que sentiu alguma pressão. "É um assunto que me é caro, é bastante importante a legalização da eutanásia. Senti essa responsabilidade, e a responsabilidade de contar uma história que, com certeza, milhares de pessoas se conseguem identificar estando elas na posição de alguém que gostaria de ter esse direito ou de estarem junto de alguém que pede, ou que gostava de ter acesso a esse direito", disse. 

Ainda assim, diz, "desde que leu o argumento" que sentiu "bastante confiança", e mesmo na protagonista, Denise Fraga, na equipa e no projeto. 

A sua opinião mantém-se, a eutanásia "é um direito de liberdade individual". Mas, confessa, com este filme "talvez tenha pensado mais sobre o assunto e tenha tido mais certezas ainda"

Falando da contracena com Denise Fraga, João Nunes Monteiro destacou que esta é uma "atriz maravilhosa e uma colega inacreditável". "O Paolo é um realizador que sabe muito bem o que quer, muito preocupado com o detalhe, com o rigor, o que dá bastante confiança. Apesar de o tema ser algo pesado, houve bastante companheirismo e bom ambiente nas filmagens. Houve uma grande concentração e uma grande vontade de fazer um bom filme, e entregar o melhor possível", recordou ainda sobre as filmagens que aconteceram em 2023. 

O Notícias ao Minuto quis ainda saber se João Monteiro viveu algum episódio mais marcante neste trabalho, e o ator acabou por fazer duas partilhas: "Tive na minha experiência uma pessoa próxima que morreu há uns anos, vítima de uma doença terminal. Portanto, só o argumento já me fez relacionar com isso. Mas durante as rodagens, a chegada a Palma de Maiorca foi um momento muito marcante porque já estávamos há algum tempo a gravar cenas em que as personagens queriam terminar com a vida. Quando cheguei a Palma de Maiorca, senti-me um bocadinho como a minha personagem, o Amadeu, eu próprio fiquei mais leve. As paisagens, a comida, o ambiente, o calor (estava imenso calor)… Parecia que estava a ver o mundo - um bocadinho - pela primeira vez. Aquilo parecia-me maravilhoso."

O ator comentou ainda o 'feedback' que lhe tem chegado e que, diz, "tem sido bom". "As pessoas saem comovidas do filme, acho que lhes toca, que é um assunto importante… Ao mesmo tempo, também se conseguem rir e conseguem, dentro dessa comoção, levar alguma leveza com elas."

Leia Também: "Discussão da eutanásia é ampla, espero que filme leve assunto às mesas"

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