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"Sou apaixonada pelo Brasil e vou lutar pelo país com todas as forças"

Ana Hickmann esteve recentemente em Portugal e conversou com o Fama ao Minuto. Uma entrevista em que, além de mostrar-se apaixonada pelo seu país, tece rasgados elogios a Portugal.

"Sou apaixonada pelo Brasil e vou lutar pelo país com todas as forças"
Notícias ao Minuto

09:00 - 25/01/19 por Marina Gonçalves

Fama Ana Hickmann

Cedo se apaixonou pelo homem da sua vida, com quem deu o nó antes de atingir a maioridade. Aos 37 anos, Ana Hickmann está casada com Alexander Correa há vinte anos, com quem tem, um filho em comum, o pequeno Alexandre, que está quase a completar cinco anos. 

A vida profissional também surgiu cedo, ainda na adolescência, tendo começado por fazer trabalhos como modelo. Mais tarde, já depois de estar casada, chegou o desafio do mundo empresarial. Um caminho que nem sempre foi fácil, mas que foi superado pela positiva. Depois disso, chegou a televisão. 

Hoje continua a dar cartas como empresária, mantendo o sucesso da sua própria marca, e está no ar na TV Record com o programa 'Hoje em Dia'.

Orgulhosa do que fez até aqui, a figura pública brasileira esteve à conversa com o Fama ao Minuto na sua última passagem por Portugal. Uma entrevista onde recorda todo o percurso e conquistas. Além disso, não deixou de tecer rasgados elogios ao nosso país. 

Aos 15 anos mudou-se para São Paulo, tendo depois iniciado a carreira de modelo. Esta profissão foi um sonho concretizado?

Não, foi uma oportunidade. Nunca tinha sonhado em ser modelo, muito menos ir para a televisão e viajar pelo mundo todo. Sempre me diziam que era muito linda e que tinha de ser manequim, mas nunca foi uma vontade minha. Queria ser atleta, arquiteta, estudar e fazer outras coisas. Mas o destino acabou por me direcionar para este trabalho e sou muito grata e feliz porque me deu todas as oportunidades que tenho até hoje.  

Em 2001 foi eleita uma das mulheres mais bonitas do mundo. Para si, o que é a beleza de uma mulher?

Não é uma coisa só. Lógico que o cabelo bem cuidado, uma pele bem tratada… isso ajuda na parte da beleza, mas não são só os traços do rosto e do corpo que mostram a beleza. É um conjunto da obra. Independentemente da idade, quando uma pessoa se sente bonita, mais segura, isso ajuda para fazer a sua beleza aparecer. Quando somos felizes, a nossa beleza brilha. É uma junção do que uma pessoa sente, do que somos e do que queremos mostrar às pessoas. E sem fazer força porque quando fazemos força para parecer que somos bonitas dá tudo errado.

Não me arrependo de nada, mesmo das escolhas erradas. Todas elas fazem parte da minha história e me fazem ser o que sou hojeEm 2004 começou o percurso na televisão, mas só se estreou na Record TV como apresentadora em 2005, no programa ‘Hoje em Dia’. O que recorda dos primeiros passos como apresentadora?

Foi difícil, complicado, porque por vir da profissão como modelo, lógico, passamos por aqueles questionamentos da crítica e de alguns colegas que dizem: ‘carinha bonitinha, cabeça vazia. Não tem conteúdo, não sabe ler um texto…’. Ouvi essas coisas todas, mas como sempre gostei de fazer tudo na minha vida e de aparecer no meu trabalho, disse: um dia vou mostrar o que sei fazer e se não souber fazer vou procurar outra coisa. Sempre venci tudo pelos méritos do que fiz como pessoa, como profissional e orgulho-me muito disso. Não me arrependo de nada, mesmo das escolhas erradas. Todas elas fazem parte da minha história e me fazem ser o que sou hoje.

Além da TV e das passerelles, é também empresária. Foi em 2002 que surgiu a primeira parceria e a sua própria marca, AH (Ana Hickmann). Depois disso, foram surgindo novas oportunidades e nunca mais parou. Quais as dificuldades que sentiu no início desta caminhada empresarial?

Comecei muito antes da televisão. Senti algumas… Primeiro por ter começado jovem, depois o facto de ser mulher. Como comecei a trabalhar com o licenciamento, ceder o seu nome para poder fazer um produto, eu falei: não vou fazer como todos fazem, quero algo mais, quero estar mais presente, quero saber como é concebido, como é que se faz, porque é que custa tanto…

Comecei a questionar e a participar e isso não era muito bem visto no começo porque dificultava a vida de todo o mundo. Às vezes até se tornava um pouco mais caro o processo porque até tudo ser aprovado e ser feito do jeito que eu gostaria, tive de brigar muito por isso. Os dois primeiros anos foram os mais difíceis para mim. Mas a partir de certo momento deixei bem claro ao meu marido – que sempre me apoiou muito – que se não for do jeito que acredito que tenha que ser, prefiro não fazer. Vou perder dinheiro e negócio, mas prefiro não fazer. Não vou vender uma mentira, não sei mentir às pessoas, não sou personagem. Então ele disse que se eu achava que era assim que tinha de ser feito era assim que íamos fazer e quem não quiser que procure outra. E sempre lidámos dessa forma.

Passámos por muitos altos e baixos, aprendemos muito, muitas coisas deram certo… Tanto que muitas empresas continuam connosco até hoje. Dificuldades encontramos em todas as áreas, mas tudo depende da forma como encaramos essas dificuldades, como é que encontramos soluções.

A gente sabe que a mulher nem sempre foi bem-vinda no mundo empresarial e, infelizmente, ainda passamos por algumas barreirasMas, como referiu, é difícil conseguir vingar no mundo empresarial sendo uma mulher?

Sim, com certeza. Hoje já está bem melhor, mas a questão de ser modelo, mulher, celebridade… Pensavam que não estava preocupada com o que custa, como é feito, ela quer aparecer, ser bonita e pronto. Podem ter aquelas que sim, mas para mim era importante saber o que é que estava a fazer, para ter controlo sobre tudo. E a gente sabe que a mulher nem sempre foi bem-vinda no mundo empresarial e, infelizmente, ainda passamos por algumas barreiras. Não é querer ser feminista, esse não é o meu perfil, mas acho que a gente precisa aos poucos de também ensinar quem está ao nosso redor que todos somos iguais. Somos seres pensantes, temos as mesmas capacidades e a gente tem de ter a mesma liberdade de poder mostrar o nosso trabalho.

Qual é para si o segredo do sucesso?

Fazer aquilo que amo, fazer do jeito que acredito, mesmo quando alguns me dizem que está errado. Pode estar errado para você, mas para mim está certo. Se eu acredito, e sei que aquilo não está a magoar ninguém, vou continuar com a minha verdade.

Aos 37 anos, é apresentadora, empresária, modelo...  Além disso, tem família, com um filho… Como é que gere o tempo no seu dia a dia?

Uma boa agenda e um bom relógio funcionam… Sou uma pessoa muito dependente da minha equipa para dar conta de tudo porque quero voltar cedo para casa, tenho o pequeno para cuidar. O meu filho é a minha maior joia e gosto de cuidar da minha casa, do meu marido, da minha família toda. E mostro isso às pessoas. A minha vida é muito verdadeira, não tenho nada para esconder de ninguém. Não há nada de que me envergonhe. Para mim a família é a prioridade. Tudo o que faço é uma realização minha, como mulher e profissional, mas no final do dia é tudo por eles. É para eles que eu faço.

Quero mostrar ao meu filho que ele precisa de batalhar pelas coisas, precisa de lutar, tem de ser bom naquilo que quer fazer. Tem de conquistar tudo pelos próprios meios, porque isso a gente já sabe que vai ser cobrado. Vemos por outras famílias… Porque é filho de fulano vai ter tudo muito fácil. Não é assim! Eu não tive as coisas fáceis na minha vida. Lógico que não vou dizer que não vou ajudar o meu filho, mas também não vou entregar tudo de bandeja. Tem de aprender a fazer para saber dar valor e se sentir tão feliz e orgulhoso de si mesmo, pelas suas próprias conquistas. É bom esse sentimento.

É também famosa pelas suas pernas longas… Alguma vez sentiu algum tipo de preconceito com o corpo?

Depende. Desde pequena que ouço: 'nossa, como você é alta'. Ora como admiração, ora como susto porque não estavam à espera de uma pessoa tão alta – porque sou realmente alta e gosto de usar salto alto, não tenho vergonha disso -, algumas [pessoas] com repúdio e falta de respeito, aí também respondo à altura e devolvo da mesma forma. E ora como: nossa, como você é alta… Não tem problema em ser alta? Não, não tem problema em ser alta. Não importa se somos altos ou baixos. A altura é só uma questão física. Não é atributo de beleza. Eu sou assim, você é de um jeito, cada um é do jeito que é.

Uma coisa que sei que a gente tem é vontade de dar certo. Escutei uma frase: o Brasil sempre foi um país de futuro, mas o futuro nunca chegou. Está nas nossas mãos tentar fazer uma diferençaO Brasil é muitas vezes notícia precisamente por causa da falta de segurança? Como é viver no país? Sente-se o medo nas ruas?

Vivi muito tempo na Europa, nos Estados Unidos, mas tenho de confessar que o nosso país, mesmo com todos os problemas que ainda tem, não consigo sair de lá. Sou uma brasileira apaixonada pelo Brasil e vou lutar por aquele país com todas as forças, vou continuar a investir lá. Espero ter um país melhor. Não temos segurança, a que merecemos. Estamos longe disso. Não temos a educação que o nosso país precisa, mas vamos lutar por isso. Não temos a saúde que o nosso povo precisa também, mas espero que isso venha a mudar muito em breve.

Uma coisa que sei que a gente tem é vontade de dar certo. Escutei uma frase: o Brasil sempre foi um país de futuro, mas o futuro nunca chegou. Está nas nossas mãos tentar fazer uma diferença. Todo o mundo pode ter problema e temos muitos… Mas também temos uma nova geração que está vindo com vontade de querer mudar também, com vontade de ter um lugar melhor e lutar contra as coisas erradas. Existe uma liberdade maior de poder falar sobre as coisas, debater, com certeza. A única coisa que me aflige um pouco é a forma que as pessoas estão a usar também esse poder. Já não é mais debate, uma libertinagem de querer brigar com o vizinho com todos. Não mais ouvir e debater. Debate é uma coisa, briga é outra.

Então não se vê a mudar-se para Portugal?

O meu marido viria com certeza. Ele gosta! Apesar de conhecer muito pouco, ele admira e até brincou sobre isso e disse: quem sabe não vamos passar uma temporada em Lisboa. Mas acho que hoje ainda não, não seria o momento. Quem sabe no futuro. Até mesmo pensando na questão da escola do meu filho. Ele hoje estuda numa escola inglesa no Brasil. Já o estamos a preparar para ele ir para o mundo. Quem sabe um dia aconteça alguma coisa e a gente se mude para cá. Estávamos na brincadeira a fazer planos para passar férias cá este ano e conhecer um pouco mais. Já me falaram muito de Sintra, Ilha da Madeira, vários lugares…

Mas aproveitou para conhecer mais um pouco de Portugal nestes dias, uma vez que esteve na cidade do Porto… O que a tem cativado no nosso país?

Esse lugar é maravilhoso. A comida, é tudo de bom. Não tem um lugar feio aqui. E gosto muito de História. Gosto muito de tudo o que vocês têm aqui, do que vocês respiram diariamente. Quero viver isso mais. Quero conhecer coisas que ainda não pude ver.

Esteve na comemoração dos 113 anos da famosa Livraria Lello… Como foi para si esse momento?

Que lugar maravilhoso. Aquilo é muito especial. Dá para entender por que razão virou fonte de inspiração para o Harry Potter. Aquilo lá é mágico. Magia pura lá dentro.

Tem um menino que está prestes a completar cinco anos… Imagina-se a ser mãe de novo?

Se o papai do céu deixar, com certeza.

Casou-se quando era ainda muito jovem com Alexandre Corrêa. Na altura teve de pedir autorização aos pais para o fazer, uma vez que ainda era menor… Recorda-se da reação deles quando disse queria casar?

Medo, susto, mas a minha mãe, principalmente, sempre soube que tudo o que fiz na minha vida nunca foi de impulso, como ato de rebeldia, mas sim porque era de verdade. Lembro-me muito bem quando nos casámos que a maioria das pessoas achava que estava grávida ou que não podia ter filhos. Depois de 15 anos de casamento é que decidimos ser pais. É uma prova de que as pessoas podem decidir o que querem, só temos de tomar cuidado com o tempo. Infelizmente o relógio biológico da mulher não ajuda muito [no que diz respeito ao tempo]. Mas também não é uma coisa que precisemos de achar que temos de seguir uma regra. Não existe regra para isso. Existe o seu tempo.

E qual o segredo para manter um casamento de tantos anos?

Se não tiver amor não dura, nem começa. Acho que ter verdade, saber superar juntos os altos e baixos, as dificuldades. Não é um mar de rosas, mas também acho muito ruim desistir com tanta facilidade de tudo. Não é por brigar uma vez que acaba tudo. É difícil, muito complicado, mas também tem muita coisa boa para se viver, planear, construir junto. Vale a pena lutar pelo amor.

O que falta concretizar?

Tanta coisa. Sou uma grande sonhadora. Sonho todo o dia. Quando realizo um sonho começo a sonhar com os próximos.  

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