Aeroporto em Lisboa faz 40 movimentos/hora quando poderia fazer 42/46
O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, afirmou hoje que um aeroporto com uma só pista pode chegar entre 42 a 46 movimentos por hora, recordando que a infraestrutura de Lisboa alberga apenas 40 movimentos.
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"Um aeroporto com uma pista, em qualquer lugar do mundo, pode chegar de 42 a 46 movimentos por hora, o que seria muito bom. Mas isso é um processo longo e não cabe ao operador aéreo estar a definir qual a capacidade do aeroporto", afirmou o responsável, depois da apresentação de um novo vídeo de segurança, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).
Respondendo aos jornalistas a propósito de críticas da Ryanair de que a TAP estaria interessada em que o aeroporto de Lisboa continuasse limitado, o CEO garantiu que a transportadora nacional "tem o maior interesse em que a capacidade do aeroporto aumente" e tem dedicado "seis horas por semana a discutir" a capacidade e como a poder aumentar.
"A minha frustração hoje é que a gente não pode aumentar a capacidade do aeroporto" de Lisboa, que conta com 40 movimentos por hora.
"Adoraria que fossem 46", admitiu o responsável, revelando a reunião que vai ter com a empresa gestora dos aeroportos nacionais, a ANA, e com o Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), além dos contactos mantidos com a NAV, responsável pela gestão do tráfego aéreo.
"Eu quero crescer, preciso de crescer e a TAP sem capacidade [do aeroporto] não vai, número um, ser pontual, e número dois: crescer e entregar o plano estratégico definido", argumentou.
O responsável garantiu que a transportadora terá mais capacidade este verão e prevê um crescimento anual entre 7,0% e 10%.
Quanto à chegada dos novos aviões, Antonoaldo Neves precisou que "chegam a partir de abril", referindo-se à chegada de A-320 Neo e A-321 Neo e ao objetivo de ter "entre um e três Neos no verão".
"E a partir do verão começam a chegar Neos num valor muito grande, em termos de longo curso a nossa previsão é entre setembro e novembro e que comecem a chegar os 330-900 Neo", acrescentou.
Para o final do ano estão previstos ainda A-321 Neo 'long range' para voos de longo curso.
Sobre as contas de 2017, o CEO indicou ainda não estarem aprovadas, o que vai ocorrer na "semana que vem" numa reunião do Conselho de Administração e "a seguir são aprovadas em assembleia [geral]", sem data ainda definida.
Questionado sobre os prejuízos registados pelo acionista chinês da TAP, o grupo HNA, Antonoaldo Neves respondeu que a "TAP tem uma parceria enorme com o grupo chinês e admira muito o que este tem feito", notando que "qualquer grupo no mundo passa por momentos bons, momentos mais difíceis e momentos mais desafiantes".
"Até ao momento não nos afetou em nada, os desafios que pelos 'media' se observam que existem, mas são desafios que qualquer outra empresa tem" notou o dirigente, afirmando a disponibilidade para dar apoio.
O grupo chinês HNA, acionista indireto da TAP, quer-se desfazer de quase 5.000 milhões de euros em ativos imobiliários em todo o mundo, numa altura em que enfrenta problemas de liquidez, segundo a imprensa chinesa.
Alguns bancos chineses denunciaram já as dificuldades de subsidiárias do grupo em saldar as suas dívidas, depois de nos últimos anos o HNA ter investido um total de 33 mil milhões de euros além-fronteiras.
Em Portugal, a empresa detém indiretamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway.
Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, inaugurou em julho passado o primeiro voo direto entre a China e Portugal.
O grupo tem ainda importantes participações em empresas como a Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank.
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